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Quais são os principais impactos da dívida bilionária da Americanas?

Alfredo Cotait Neto, presidente da ACSP, analisa a situação da empresa e crê em solução viável, mas difícil

Economia|Vinicius Primazzi, do R7*

As Lojas Americanas oficializaram o pedido de Recuperação Judicial nesta quinta-feira (19)
As Lojas Americanas oficializaram o pedido de Recuperação Judicial nesta quinta-feira (19) As Lojas Americanas oficializaram o pedido de Recuperação Judicial nesta quinta-feira (19)

O presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Alfredo Cotait Neto, analisou os principais impactos que a dívida de R$ 43 bilhões da Americanas deixará no mercado brasileiro.

Em evento nesta quinta-feira (19), Cotait disse que provavelmente os problemas financeiros da gigante do varejo vêm desde a pandemia, que afetou o setor gravemente.

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O primeiro impacto, de acordo com ele, deve acontecer no âmbito das outras empresas do ramo, já que, por ser uma das maiores varejistas do país, a Americanas pode arrastar essa crise para as outras, ainda que acredite que uma solução seja encontrada. "Americanas são líder do varejo e, na hora que chega a esse ponto de dívida, há um impacto negativo no contexto do varejo. Acredito que alguma solução será encontrada, mas de qualquer forma o impacto é significativo", analisa.

O segundo impacto é decorrente da própria dívida, que é muito alta. Ele diz que esses R$ 20 bilhões foram financiados pelos principais bancos do país, inclusive os estatais. 

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Então, os bancos têm esse problema a resolver e a cadeia financeira pode ser um problema, já que a dívida está financiada e um possível calote pode acontecer. A solução, por mais que exista, pode demorar anos para ser encontrada. "Agora é preciso ver como irão tratar esse calote que pode surgir das Americanas", diz.

O terceiro, e mais grave de acordo com o presidente, é sobre os pequenos acionistas, a quem considera serem os grandes perdedores, já que existem pessoas que tinham suas reservas em fundos de ações que continham ações da empresa, que despencaram.

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São pessoas que tinham poupanças, investimentos baixos, mas importantes e contavam com esse dinheiro para despesas pessoais e reservas de emergência que perderam boa parte do montante.

A crise piora justamente porque a Americanas é uma gigante do ramo e quando as pessoas escolhem onde investir, escolhem as maiores, geralmente mais confiáveis e seguras. "As pessoas acreditam que os balanços estão corretos e a auditoria também, então se os pequenos se organizarem, podem responsabilizar a gestão da empresa e tentar rever suas perdas", explica Cotait.

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Sobre a operação, ele considera que ela continua, mas há uma crise de imagem grave que precisará de solução. 

Isso porque os clientes provavelmente migrarão para outras lojas e empresas do ramo deixarão de confiar nas Americanas. Com o tempo, porém, crê que essa crise passará e a solução será encontrada, por mais díficil que seja.

"A imagem das Americanas ficará extremamente chamuscada, então precisaremos de alguns anos para reconstruir a imagem da empresa dentro da própria clientela", conclui.

Entenda o caso da Americanas

*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Lúcia Vinhas

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