Só 3 em cada 10 brasileiros na 3ª idade conseguem guardar dinheiro
Mais de 60% dos consumidores com mais de 60 anos se dizem independentes na hora de fazer compras, mostra pesquisa
Economia|Alexandre Garcia, do R7
A maioria dos brasileiros com mais de 60 anos (69%) não consegue guardar dinheiro, revela um estudo divulgado pela Quorum Brasil. Entre os outros 31% que chegam ao final do mês ainda com grana, um terço (33%) disse optar pela poupança como modalidade de investimento.
O coordenador da pesquisa, Cláudio Silveira, afirma que o peso do orçamento no bolso dos idosos está diretamente relacionado com os altos gastos com plano de saúde, remédios e alguns alimentos específicos. "A renda para de acumular, mas as despesas continuam a crescer", avalia ele.
A última divulgação da IPC-3i, índice da FGV (Fundação Getulio Vargas) conhecido como a inflação da terceira idade, aponta que os preços para os mais velhos subiram 3,30% nos 12 meses finalizados em março. Entre os itens que mais pesaram no bolso dos idosos aparecem plano e seguro de saúde (+2,87%), tomate (+43,1%), gasolina (2,81%) e a tarifa de ônibus (+3,89%).
De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em novembro do ano passado, a população brasileira tinha 29,6 milhões de idosos ao final de 2016. “Tem bastante poder de consumo nessa população”, diz Silveira.
O levantamento mostra ainda que dois em cada três consumidores (63%) com mais de 60 anos dizem ser independentes na hora de adquirir os produtos de interesse, alegam fazem as compras sozinhos e têm preferência pelos supermercados (93%).
Ao analisar a ainda baixa adesão da internet na hora de fazer as compras (10%), Silveira comenta que a prática ainda está distante dos hábitos de boa parcela da população idosa. “Daqui a 20 anos, nós vamos ter pessoas com 60 anos que hoje têm 40 e a proximidade deles com a internet vai ser muito maior porque cresceu em convívio com a internet”, destaca o coordenador do estudo.
A pesquisa da Quorum Brasil ouviu 500 pessoas com idade entre 60 e 80 anos, entre os dias 1º e 7 de abril.