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Sobretaxa dos EUA é ilegal, inconsistente e motivada por política interna, diz Brasil à OMC

Essa solicitação de consulta é o primeiro passo formal para abertura do processo na OMC, e foi feita hoje pelo Brasil

Economia|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Brasil contesta sobretaxa de até 50% imposta pelos EUA na OMC.
  • Tarifa inclui 10% sobre todos os produtos e 40% sobre determinados itens.
  • Governo brasileiro afirma que medidas violam normas do GATT 1994 e do DSU.
  • Conflito pode avançar para arbitragem internacional se não houver acordo.

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Produtos brasileiros recebem carga tributária de até 50% em exportações para os EUA Jonilton Lima/Ministério de Porto e Aeroportos - 29/05/2025

A OMC (Organização Mundial do Comércio) tornou pública, nesta segunda-feira (11), a solicitação de consultas apresentada pelo Brasil contra medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos.

A administração Trump aplicou uma tarifa de 10% sobre todos os produtos brasileiros e um adicional de 40% sobre determinados itens, elevando a carga tributária de importação para até 50%.


O pedido foi formalmente encaminhado aos membros da OMC com base no Artigo 4.4 do Entendimento sobre Regras e Procedimentos para Solução de Controvérsias (DSU) e no Artigo XXII:1 do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio de 1994 (GATT 1994).

A solicitação de consulta é o primeiro passo formal para abertura de um painel na OMC. Caso não haja acordo na fase, o litígio poderá avançar para arbitragem internacional.


As tarifas decorrem do chamado Plano Justo e Recíproco, anunciado em fevereiro pelo presidente dos EUA, que estabeleceu sobretaxas para enfrentar o que classificou como “arranjos comerciais não-recíprocos”.

Em abril, uma ordem executiva determinou a aplicação de um direito ad valorem de 10% sobre importações de todos os parceiros comerciais. O Brasil não foi incluído entre as exceções.


A disputa agravou-se em julho, quando o Donald Trump comunicou a Luiz Inácio Lula da Silva que, a partir de agosto, todas as exportações brasileiras estariam sujeitas a uma tarifa de até 50%.

No documento, a Casa Branca citou motivos considerados pelo Brasil “inteiramente alheios às relações econômicas”, como decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e supostas restrições à liberdade de expressão de empresas de mídias sociais dos EUA.


Medidas inconsistentes com tratados

O Brasil rebateu as alegações, afirmando que o comércio bilateral gera superávit para os norte-americanos. O governo brasileiro argumenta que as medidas violam compromissos assumidos pelos EUA no GATT 1994 e no DSU, e são inconsistentes com esses tratados..

Entre os pontos contestados estão o tratamento desigual em relação a outros membros da OMC (Artigo I:1 do GATT), a aplicação de tarifas acima dos limites vinculados (Artigo II:1(b)) e a imposição de tratamento menos favorável ao comércio brasileiro (Artigo II:1(a)).

Brasília também acusa Washington de recorrer a ações unilaterais, ignorando os mecanismos de solução de controvérsias previstos nos Artigos 23.1 e 23.2(a) do DSU, além de anular ou prejudicar benefícios previstos no Artigo XXIII:1 do GATT.

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