Supermercados de SP começam a medir temperatura de clientes
Redes Carrefour e Assaí Atacadista colocaram funcionários na entrada das lojas para aferir temperatura de consumidores que querem fazer compras
Economia|Márcia Rodrigues, do R7
A pandemia do coronavírus vem trazendo uma série de mudanças na vida do brasileiro: isolamento social, uso constante de álcool em gel e água sanitária, para citar alguns. No Estado de São Paulo, desde quinta-feira (7) também passou a ser obrigatório o uso de máscara de proteção para quem sair de casa.
Leia mais: Fila para UTI e falta de testes: os relatos do colapso na saúde que leva o Rio a planejar lockdown
Além de toda essa lista, paulistas e paulistanos também estão sendo surpreendidos com outra medida de segurança implantada por algumas redes de supermercados. Os grupos Carrefour e Assaí passaram a verificar a temperatura de todos os clientes que desejam entrar em suas lojas.
Leia mais: Governo de São Paulo prorroga quarentena até 31 de maio
A aferição de temperatura tem sido vista como uma medida paliativa, já que pode resultar em algumas imprecisões. Pesquisas acadêmicas recentes realizaram simulações que sugeriam que as verificações de temperatura nos aeroportos capturam pouco mais da metade dos passageiros infectados por coronavírus.
Leia mais: Chegada do frio exige cuidado maior para evitar o coronavírus
A rede Carrefour vem implantando uma série de medidas de segurança desde o início da pandemia do coronavírus, como higienização em carrinhos, proteção de acrílico nos caixas e demarcação no piso para distanciamento entre clientes nas filas. A medição da temperatura está sendo feita em todos os hipermercados do Brasil (100 unidades).
Leia mais: Lotação de UTIs na capital paulista supera 80%, diz Covas
As lojas seguem o seguinte protocolo: o funcionário afere a temperatura do cliente na entrada. Caso a medição indique febre, o cliente é aconselhado a voltar para casa e pedir que outra pessoa faça suas compras ou que use e-commerce.
Se ainda assim o cliente insistir em entrar na loja para realizar suas compras, ele será direcionado para um lugar arejado e com a distância maior de um metro de outras pessoas.
Um colaborar anotará a lista de compras e buscará os produtos. O pagamento deverá ser feito apenas por cartão e o colaborador levará a maquininha até o cliente. Após o uso, a máquina é higienizada com álcool.
Leia mais: Coronavírus: saiba quais alimentos não podem faltar na quarentena
Outra rede que adotou a medição de temperatura foi a Assaí Atacadista. A medida de segurança é aplicada em colaboradores, terceiros e clientes em todas as 169 lojas.
O GPA, detentor das marcas Compre Bem, Assaí, Pão de Açúcar, Extra, Mercado Extra, Minuto Pão de Açúcar, Mini Extra está adotando a aferição de temperatura apenas nas lojas localizadas em municípios que publicaram decreto estabelecendo a medida. Um exemplo é a cidade de Florianópolis (SC).
Legislação de SP não exige medida
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, não há legislação sobre a exigência da aferição de temperatura no município no momento. Já o governo do Estado informou “que o Plano São Paulo, em elaboração a partir do diálogo com diversos setores da sociedade, tem avaliado mais de 3 mil recomendações propostas por mais de 150 entidades e 250 empresas. Todas as medidas adotadas se darão com a priorização das medidas sanitárias e dos setores de acordo com a vulnerabilidade econômica e empregatícia”.
Leia mais: Moradores devem ser informados sobre caso de covid-19 no prédio?
Medida ajuda, mas uso de máscara é mais efetivo
Para o médico residente em infectologia Felipe Medeiros, é difícil uma pessoa com alta temperatura sair de casa porque a febre debilita a pessoa.
Ele também destaca que muitas pessoas têm febre depois de outros sintomas como tosse, coriza e dor no corpo.
"A máscara continua sendo a medida mais eficaz para evitar a contaminação, mas a aferição de temperatura é uma proteção a mais", explica.