Tabela de frete vai causar 'aumento geral de preços', prevê CNI
Entidade diz que fixação do valor mínimo de frete "pode institucionalizar um retrocesso que trará graves consequências para a economia"
Economia|Alexandre Garcia, do R7
A aprovação da Medida Provisória 832/2018, que define um valor mínimo para o frete rodoviário de cargas no Brasil, "levará ao aumento geral de preços para a população brasileira", afirmou nesta quarta-feira (11), a CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Antes de começar a valer, a medida prometida pelo governo para interromper a greve dos caminhoneiros ainda precisa passar pela análise do Senado.
De acordo com a entidade, a fixação do valor mínimo para o frete "pode institucionalizar um retrocesso que trará graves consequências para a economia brasileira".
Greve dos caminhoneiros pesa no bolso dos mais pobres em junho
A CNI ainda destaca que a Medida Provisória pode se mostrar ineficaz, com os "custos de produção e sobre a inflação pagos por toda a sociedade".
"O tabelamento do frete inevitavelmente levará ao aumento geral de preços para a população brasileira, em função da alta dependência rodoviária do país", diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Efeito da greve dos caminhoneiros nos preços deve se dissipar este mês
Ele ainda alerta para a "um elevado risco de que a fixação de preços mínimos resultará na cartelização do setor, com consequências danosas para toda a economia".
Mais cedo, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) estimou que o tabelamento do frete causará um impacto de R$ 3,3 bilhões para a indústria paulista entre os meses de junho e dezembro deste ano.
Ao final da nota, a CNI afirma que continuará atenta à medida durante a tramitação do texto no Senado Federal para demonstrar a "ineficácia da medida como solução para o problema do transporte rodoviário de cargas no Brasil".