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Trabalhador brasileiro gasta até 35% do salário com refeição fora de casa

Segundo pesquisa, despesa mensal de almoço com prato principal, bebida, sobremesa e café ultrapassa R$ 1.000

Economia|Do R7

A despesa mensal ultrapassa R$ 1.000
A despesa mensal ultrapassa R$ 1.000

O trabalhador brasileiro gasta em média R$ 46,60 para almoçar fora de casa neste ano. O valor é 14,7% superior ao registrado em 2022, considerando a categoria de self-service, restaurantes por quilo e à la carte.

A despesa mensal ultrapassa R$ 1.000, ou 35% do salário médio, para uma refeição completa, com prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café.

Três capitais se destacam com os preços mais altos. Florianópolis tem valor médio de R$ 56,11; Rio de Janeiro, R$ 53,90; e São Paulo, R$ 53,12.

Os dados são da pesquisa Preço Médio da Refeição Fora do Lar, realizada neste ano pela Mosaiclab, empresa de inteligência de mercado do grupo Gouvêa Ecosystem, e encomendada pela ABBT (Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador). 


O aumento anual mostrado pelo levantamento ficou acima da inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Consumidor Amplo) nos últimos 12 meses, de 5,19%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Enquanto a alimentação no domicílio registrou queda de 0,78% no acumulado dos últimos 12 meses, comer fora ficou 5,42% mais caro no mesmo período, segundo o IPCA de setembro.


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Para Ricardo Contrera, sócio-diretor da Mosaiclab, uma série de fatores contribuiu para o aumento neste ano. 

“Os estabelecimentos fazem um grande esforço para não elevar o valor da refeição, para manter e atrair consumidores. Mas sofrem diretamente os impactos dos reajustes dos preços públicos, como combustível e energia elétrica”, afirma Contrera.

O cenário econômico pós-pandemia também se reflete nos preços. O retorno ao trabalho presencial elevou os aluguéis comerciais e os custos para as empresas do setor.

”A volta aos escritórios e o retorno do atendimento presencial, que envolvem manutenção do espaço físico, recontratação de profissionais para o atendimento e até ações de marketing, exigiram novos investimentos por parte dos estabelecimentos”, avalia.

Confira os preços por região

Brasil – R$ 46,60

Sudeste - R$ 49,33

Nordeste - R$ 43,55

Sul - R$ 42,81

Norte - R$ 42,29

Centro-Oeste - R$ 41,75

Nas capitais

Florianópolis - R$ 56,11 

Rio de Janeiro - R$ 53,90

São Paulo - R$ 53,12

Natal - R$ 51,86

Campo Grande - R$ 49,17

Recife - R$ 49,13

Maceió - R$ 48,84

Vitória - R$ 48,79

Palmas - R$ 47,79

Salvador - R$ 46,43

Curitiba - R$ 43,42

Manaus - R$ 42,85

Cuiabá - R$ 42,63

João Pessoa - R$ 42,52

Brasília - R$ 41,45

São Luís - R$ 40,50

Aracaju - R$ 39,68

Fortaleza - R$ 37,55

Porto Alegre - R$ 37,20

Belém - R$ 36,94

Goiânia - R$ 33,33

Teresina - R$ 33,22

Belo Horizonte - R$ 32,69

Gasto por categoria

À la carte - R$ 80,48

Executivo - R$ 50,51

Autosserviço (quilo ou bufê com preço fixo) - R$ 43,24

Comercial (prato feito) - R$ 34,30

Metodologia

A pesquisa foi feita entre junho e agosto de 2023, em 4.516 estabelecimentos comerciais, 22 estados e no Distrito Federal. No total, foram coletados 5.470 preços de pratos em todo o Brasil, em estabelecimentos que servem refeições no horário do almoço, de segunda a sexta-feira. No ano passado, o levantamento foi feito entre fevereiro e abril.

Para calcular o preço médio a pesquisa considerou uma refeição completa composta de prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café. 

De acordo com o IBGE, o salário médio no país era de R$ 2.921,00 na data em que a pesquisa foi iniciada, em junho de 2023. Isso significa que, para se alimentar com uma refeição completa na hora do almoço, o trabalhador precisa desembolsar R$ 1.025,20 mensalmente, ou o equivalente a 35% do salário médio.

Também foram pesquisadas as refeições em quatro categorias: à la carte, executivo, autosserviço (por quilo e/ou bufê com preço fixo) e comercial (prato feito).

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