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Vale a pena usar recursos do FGTS para comprar ações da Eletrobras?

Trabalhadores poderão usar até 50% da grana presente no Fundo para adquirir os papéis no processo de privatização da empresa

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Capitalização da Eletrobras segue modelo adotado pela Petrobras e pela Vale
Capitalização da Eletrobras segue modelo adotado pela Petrobras e pela Vale Capitalização da Eletrobras segue modelo adotado pela Petrobras e pela Vale

A aprovação da privatização da Eletrobras, a maior empresa de energia elétrica da América Latina, vai abrir espaço para que os brasileiros utilizem até 50% dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para a compra de ações da empresa.

A tentativa de impulsionar a rentabilidade do dinheiro parado no FGTS, que atualmente rende 3% ao ano, poderá ser feita pelos FMP-FGTS (Fundos Mútuos de Privatização), mesmo modelo utilizado nas vendas de ações da Petrobras e da Vale.

Para Liao Yu Chieh, educador financeiro do C6 Bank, essa é uma ótima oportunidade para realocar o dinheiro do FGTS, que não tem liquidez, em um investimento mais rentável. “Se não vai usar o saldo para comprar um imóvel e pode investir pensado em longo prazo, o trabalhador tem uma opção melhor que é aplicar na renda variável”, afirma ele.

Daniel Abrahão, assessor de investimentos na iHUB e especialista em investimentos de renda variável, diz existir um consenso do mercado de que há um potencial grande de valorização da empresa, se a privatização for concretizada até agosto. “Os mais otimistas já falam nas ações da Eletrobras a R$ 70”, revela ele. Atualmente, os papéis da companhia figuram na casa dos R$ 40.

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Cálculos apontam que, desde agosto de 2000, um dos principais fundos mútuos de privatização da Petrobras já se valorizou 1.343%, enquanto os da Vale tiveram um desempenho ainda melhor, com alta de 2.666% desde 2002. No período de 22 anos, o FGTS acumulou uma alta de apenas 152,7%.

Os especialistas, no entanto, alertam que a rentabilidade dos papéis depende da valorização no mercado acionário e estão sujeitos a oscilações. “Para o investidor que não quer se sujeitar a riscos ou pensa em usar o FGTS no curto prazo, talvez seja bom repensar a ideia de aplicar em ações”, ressalta Chieh.

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Abrahão ressalta ainda que a aposta depende do apetite ao risco de cada perfil de investidor, já que o FGTS é um "colchão" aos profissionais. "No momento da perda do emprego, os recursos do Fundo acabam dando um sustento para o trabalhador se manter."

Como aderir?

Para substituir o dinheiro do Fundo por ações da Eletrobras, é possível acessar o aplicativo FGTS ou procurar uma agência da Caixa Econômica. Pelos meios, o trabalhador poderá fazer uma simulação antes de optar pela alteração.

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A aquisição efetiva será feita pelos FMP-FGTS (Fundos Mútuos de Privatização ligados ao FGTS). Também é possível escolher uma administradora e autorizá-la a consultar o seu saldo e repassar solicitação de pedido de reserva para a compra dos papéis.

Ao optar pela entrada na capitalização, Abrahão afirma que existe a necessidade de manter os recursos sem movimentação. Após o prazo, o resgate de volta para o FGTS é livre. "Se o investidor decide comprar um imóvel e o que sobrou no FGTS não é suficiente, ele pode pedir para o FMP jogar de novo para a conta", explica. 

O assessor de investimentos na iHUB orienta para que os trabalhadores tenham atenção na hora de escolher o melhor FMP para gerenciar os recursos. "O ideal é que o investidor olhe a taxa de administração desse fundo, a equipe gestora e quem é a instituição. Algumas instituições têm taxas de administração pouco aceitáveis para os dias atuais”, alerta Abrahão.

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