O auxílio emergencial de R$ 300 começa a ser pago nesta quinta-feira (17) pelo governo federal. Cerca de 12,6 milhões de pessoas vão receber a nova parcela do benefício. Já pensou em usar o dinheiro para iniciar o seu próprio negócio? O valor de R$ 300 pode parecer pouco para a empreitada, ainda mais nesse momento de recessão econômica gerado pela pandemia do novo coronavírus.Leia mais: Veja 28 opções de franquias em áreas que são apostas para 2020 No entanto, especialistas afirmam que é possível sim abrir uma empresa com este montante e alçar voos mais altos ainda este ano. Edson Carli, CEO da Academia Brasileira de Inteligência Comportamental, diz que em períodos de recessão, dois itens não sofrem com a queda nas vendas: os produtos altamente necessários e os supérfluos. Para Luis Stockler, consultor especializado em franquias da BaStockler, é o momento de analisar o seu lado intelectual e ver o que gosta e sabe fazer bem. A pedido do R7 Economize, Carli e Stockler elaboraram algumas opções de negócios que podem ser montados com os R$ 300 do auxílio emergencial. Confira: Se você gosta de cozinhar, uma boa dica é investir na produção de algum prato ou doce que é a sua especialidade. Com R$ 300 dá para comprar insumos e pequenos equipamentos para iniciar a confecção e partir para as vendas.Leia mais: Veja opções de negócios para abrir com R$ 500 liberados do FGTS “Minha irmã ficou desempregada na pandemia, começou a fazer bolo de coco sem glúten, que é sua especialidade e é uma delícia, passou a postar no Instagram e criou uma clientela fiel”, diz Stockler. “Meu pai me ligou outro dia para dizer que contratou um ‘filho de aluguel’ para lhe ensinar a mexer no computador já que os filhos de verdade não apareciam na sua casa”, conta Stockler. O profissional, além de dar toda a atenção para o pai de Stockler, o ensinou a usar o computador, acessar a internet e cobrou por hora.Leia mais: Empreender é para todos “Se você conhece bem tecnologia e tem didática para ensinar idosos, é uma boa opção. Esse público precisa e paga pelo serviço.” Carli conta que conheceu um profissional que iniciou seu negócio com R$ 100 e deu a volta por cima na vida. Com esse valor, ele comprou um balde, duas esponjas e um litro de xampu para lavar carros. Bateu de porta em porta em um condomínio e começou a oferecer seus serviços.Leia mais: Quer abrir um negócio em 2020? Veja 7 apostas dos especialistas Em um único fim de semana, lavou 12 automóveis ao preço de R$ 30 cada um e conseguiu R$ 360. Desse total, R$ 260 de lucro. Existem quase 140 milhões de animais de estimação no país, segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação). Por trás deles, donos apaixonados pelos seus bichinhos.Leia mais: Em meio à pandemia, empresários lançam produtos e ganham clientes Gosta de animais e tem um espaço em casa para receber visitas eventuais? Já pensou em oferecer serviço de passeador de cães e de hospedagem para fins de semana, feriados ou outros dias que estiver disponível? Carli afirma que, se fosse o seu caso, compraria 10 camisetas – 5 brancas e 5 pretas – customizaria e venderia pela internet. “Se você anunciar algo novo, diferente, vai vender.”Leia mais: Empresários usam a criatividade para driblar crise e continuar ativos Ele diz que compraria cada camiseta por R$ 17 e venderia por R$ 40. “Os R$ 170 que eu gastei virariam R$ 400 e assim por diante.” Com um investimento inicial de R$ 200 em produtos de sua escolha, é possível ser um revendedor da Embelleze Venda Direta. No total, são mais de 300 itens entre tratamentos, tinturas, xampus e pós-xampus, além dos produtos de transformação, cosméticos, maquiagens e nutracêuticos (ômega 3, colágeno etc.).Leia mais: Sete microempresárias falam sobre o efeito coronavírus nos negócios Além dos ganhos com as vendas que realizam, os revendedores também podem montar suas próprias equipes de venda, passando a receber ganhos sobre as compras e vendas realizadas por elas. Algumas atividades exigem mais aptidão pessoal do que dinheiro.Leia mais: Como gerar renda no isolamento social e manter as contas em dia? Se você tem um lado “faz tudo” e domina a área de reparos em geral, jardinagem e pintura, pode ser uma boa começar um negócio nesse segmento. Com R$ 100, é possível ser revendedor da Mil e Uma Sapatilhas, rede que comercializa sapatilhas, calçados femininos, sapatos de salto, tênis, botas, rasteirinhas, chinelos, anabelas, mocassins e scarpins. A primeira compra deve incluir ao menos quatro numerações diferentes (do 34 ao 39). Vendedores de São Paulo podem comprar um par de sapatilhas por R$ 25 (em dinheiro) ou R$ 27 (no cartão). Em outros Estados, os valores são de R$ 27 (dinheiro) e R$ 29 (cartão). Os revendedores podem negociar os produtos adquiridos pelo preço que quiserem – em média, os valores de uma sapatilha no varejo ficam em torno de R$ 35. Ou seja, ao comprar 10 pares no dinheiro (R$ 250), o vendedor pode faturar um total de R$ 350, chegando a um lucro de R$ 100 em apenas um lote de produtos. Diversas empresas oferecem a opção de revenda de catálogos com os mais variados produtos.Leia mais: Novos negócios crescem 30% durante a pandemia em Minas, diz Sebrae Na maioria das vezes, essa atividade pode ser iniciada sem nenhum investimento ou com valores baixíssimos. Basta apenas ter o “nome limpo” e realizar um cadastro simples. A revenda pode gerar comissões que variam de 15% a 40% sobre o preço final. Entre as empresas que trabalham com venda por catálogo, estão:Cosméticos e perfumaria: • Avon; • Natura; • Boticário; e • Eudora.Joias: RommanelBrincos, correntes e acessórios: Imagem FolheadosNutrição e controle de peso: Herbalife Outra alternativa seria vender doce, segundo Carli. “Iria a um atacadista, compraria R$ 200 em doce e venderia no farol ou em qualquer outro lugar. Certamente esse dinheiro se transformaria em R$ 2 mil em um mês.” Carli explica: “ninguém vende doce por, no mínimo, o dobro do preço que pagou. Você até pode não ter muito sucesso na primeira semana, afinal, está começando, mas na segunda já pega o jeito e logo estará vendendo bastante.” O casal Priscila Dias dos Santos Oliveira, 33 anos, e Rafael Sokal da Silva Oliveira, 35, está conseguindo incrementar a renda da família vendendo cadeiras pela internet desde junho. Moradores de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, eles compram cadeiras em Santa Catarina, nas lojas da VestCasa, e revendem pelas redes sociais. Eles pagam R$ 67 pela peça desmontada e comercializam por R$ 115 o produto montado. A rede conta com o Clube Vestcasa. No caso do casal, com um investimento inicial de R$ 117 (R$ 67 da cadeira, mais R$ 50 da adesão ao clube) eles afirmam que atingiram um lucro superior a R$ 5 mil em poucos meses. Os participantes do clube também podem vender itens para cama, mesa, banho, entre outros.Plataformas digitais: Quem pensa em começar a vender pela internet, existem plataformas que podem ajudar nesse processo: OLX, Mercado Livre e Marketplace (Facebook), além de lojas virtuais mais segmentadas, como a Enjoei (roupas e acessórios) e Estante Virtual (livros e impressos em geral). Em todas, com R$ 300 é possível fazer boas compras. Exemplo: é fácil encontrar aparelhos de micro-ondas em perfeitas condições à venda por preços entre R$ 80 e R$ 100. Se vendê-los por R$ 120 ou R$ 150, fará um bom negócio, assim como o comprador, que pagará muito menos do que um aparelho novo.