O primeiro dia da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2018 abordou questões relativas ao machismo, história de Martin Luther King Jr., ditadura brasileira, protesto feito por candidatas à Miss Peru, além de política. A estudante Mayara Portes Luiz, de 22 anos, fez o Enem pela segunda vez neste ano. Formada em filosofia, a jovem considerou a prova de nível difícil, além de ser tratar temas atuais. "Questões sobre Martin Luther King, propagandas que envolvem mulheres e que são machistas, sobre a ditadura brasileira entre outras caíram na prova", comentou.Leia mais: Manipulação de usuário na internet é tema da redação do Enem em 2018 "Achei bem interessante, porque normalmente o aluno acha que tudo é decorado, mas desta vez foram temas atuais, ou seja, menos decorado e assuntos mais debatidos do que antes", analisou. A estudante também acrescenta: "feminicídio, protesto de candidatas à Miss do Peru e perguntas sobre Geisel e João Goulart também estavam neste primeiro dia".Veja também: Candidatos que fizeram a prova acham Enem de "difícil" a "mediano" O estudante Pedro Kawate, de 21 anos, fez o Enem pela quarta vez. Uma das questões que chamou a atenção do adolescente foi, segundo ele, um texto cujo título era "Vó, a senhora é lésbica", tratando-se de uma conversa de um neto com sua avó. "O texto dialoga com a questão sexual das pessoas, além de ser um tema que não é muito falado nas relações familiares", disse.Confira mais: Provas do Enem ocorrem com tranquilidade, diz Jungmann Ele, que pretende cursar tecnologia da informação, avaliou a redação como um item que podia, facilmente, ser explorado. "Não é um tema tão polêmico e deu mais liberdade para escrever", justificou. "O tema da redação foi completamente diferente dos abordados nos outros anos." "Essa primeira parte achei um pouco mais fácil. Estudei em casa, por meio de videoaulas", disse a aluna Maria Luiza Leal da Costa, de 17 anos. Segundo ela, temas relativos a gênero e preconceitos caíram na prova. "A questão que mais me chamou atenção foi sobre racismo, porque o preconceito infelizmente se torna normal e deve ser denunciado", argumenta. "Por isso é interessante o exame tocar nesse assunto, pois a maioria dos jovens têm acesso a essa discussão."