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Aluna da rede pública conquista bronze na Paralimpíada de Tóquio

Jardênia Felix foi diagnosticada com TDA (Déficit de Atenção) e conta como concilia carreira profissional e as atividades escolares

Educação|Alex Gonçalves, do R7*

Jardênia Felix treina no Yoyogi Park em Tóquio para a Paralimpíada
Jardênia Felix treina no Yoyogi Park em Tóquio para a Paralimpíada Jardênia Felix treina no Yoyogi Park em Tóquio para a Paralimpíada

Jardênia Félix é aluna do 2º ano do ensino médio da escola estadual Salvador Moya, na zona sul da capital paulista. Com apenas 17 anos de idade, a jovem que integra a delegação brasileira de atletismo paralímpico dos jogos em Tóquio conquistou medalha de bronze na prova de 400 metros da classe T20 (deficiência intelectual) na última terça-feira (31).

Jardênia conta que sempre foi fã de esportes. "Eu já praticava futsal e taekwondo, mas com o incentivo da família fui apresentada ao atletismo." Foi durante os treinos desta modalidade que um professor notou uma falta de atenção incomum. Após orientação e testes, a atleta teve o diagnóstico de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), o que a credenciou para participar de provas paralímpicas na classe T20, voltada para atletas com deficiência intelectual.

Para conciliar a carreira com a escola, Jardênia conta com a ajuda da prima, Mônica Fernanda. "Com a pandemia do covid-19 eu acompanhei as aulas pela internet com ajuda da minha prima. Os professores são incríveis, eles conseguem entender o meu lado e me fazem perguntas de fácil compreensão", explica a jovem atleta.

Segundo Mônica, os professores e toda equipe da escola são atenciosos, eles entendem a condição de Jardênia. "São dois processos: a vida de atleta com a escola — muitas vezes os horários dos treinos coincidem com os das aulas — e a adaptação de compreensão no processo de ensino-aprendizagem durante as aulas", explica a prima.

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Para a professora de educação física, Catia Olivieri Lario, a aluna é uma inspiração. "A Jardênia representa muito dos meus alunos que não tiveram a mesma oportunidade e hoje, como medalhista, ela nos traz muitas alegrias", diz emocionada.

A coordenadora pedagógica Raquel Chiamenti dos Santos explica que a inclusão é determinante para o desenvolvimento dos alunos que possuem algum tipo de deficiência. "No caso da Jardênia nós vimos o seu progresso e é importante destacar que o processo de socialização deve ocorrer em um ambiente que permita que a pessoa com algum tipo de deficiência possa evoluir", complementa a professora de língua portuguesa Marilene Vieira Costa.

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Com a rotina de provas que ocorrem nesta semana na Paralimpíada de Tóquio, a atleta está acompanhando as aulas de forma remota, mas não tem folga da escola: vai entregar as atividades propostas pelos professores por email. "Com isso a Jardênia otimiza o próprio tempo, conciliando estudos e carreira profissional", relata a Marilene Costa.

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio são o terceiro carimbo no passaporte da atleta que registrou o tempo de 57s43, a melhor marca da carreira da brasileira. Jardênia já competiu no Mundial de Jovens na Suíça, em 2019, onde foi medalhista em duas modalidades: prata nos 400m e ouro no salto em distância. No mesmo ano, na Austrália, no INAS Global Games, conquistou duas medalhas de bronze nos 100m e nos 200m.

*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder

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