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Aluna de escola pública e moradora da periferia de SP passa em 1º lugar na Unicamp 

“Tive que estudar em dobro, para concorrer com o pessoal”, afirma a Débora Fernandes 

Educação|Mariana Queen Nwabasili, do R7

Para Débora, é importante descansar
Para Débora, é importante descansar Para Débora, é importante descansar

Débora Fernandes do Nascimento, 20 anos, é moradora do Jardim Danfer, na zona leste de São Paulo, fez o ensino fundamental por meio de bolsa integral em uma escola particular da região e cursou o ensino médio em uma escola técnica pública. Determinada em entrar em uma universidade também pública, a jovem fez três anos de cursinho — todos com bolsa — até obter um resultado excelente: passar em primeiro lugar no curso de arquitetura da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) neste ano.

Débora também ficou entre os 60 melhores classificados na lista de aprovados da faculdade de arquitetura da USP (Universidade de São Paulo), que oferece 150 vagas. Além disso, foi aprovada na Universidade Presbiteriana Mackenzie pelo ProUni (Programa Universidade para Todos); no IFSP (Instituto Federal de São Paulo) pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada ) e na Faculdade Belas Artes.

Em entrevista ao R7, a estudante fala como conseguiu bons resultados nos vestibulares de 2015 e sobre a escolha de, no fim das contas, fazer o curso de arquitetura na USP.

— Escolhi a USP, porque não tenho como me bancar em Campinas. A USP é mais perto para mim e era o meu grande sonho estudar lá.

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Muito estudo e lazer

No ano passado, a estudante obteve bolsa integral no Anglo Vestibulares por ter ficado entre os melhores alunos da instituição em 2013, seu segundo ano de cursinho.

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A oportunidade exigiu ainda mais disciplina do que nos anos anteriores: Débora estudava 12 horas por dia, de segunda a sexta-feira. “Tive que estudar em dobro, para concorrer com o pessoal”, afirma.

— Nas sextas-feiras, eu ficava até as 22h30 no cursinho, porque fazia curso específico para a prova de habilidades em arquitetura.

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Segundo a aluna, o esforço durante a semana era compensado pelos descansos aos sábados e domingos, quando aproveitava para passear e estar com o namorado.

— Para ir bem no vestibular não é só você conhecer as matérias, mas também é preciso ter preparação psicológica para enfrentar a prova. É importante estar descansada, tranquila e deixar alguns dias da semana para o lazer e para espairecer.

Neste sentido, as orientações de Débora para os vestibulandos que passarão pelos processos seletivos de 2016 são: não desistir nunca; ter calma; observar as defasagens de conteúdos específicos trazidos da escola e focar em superá-las; estudar o máximo, mas também ter momentos de diversão.

— Não adianta estudar durante 14 horas por dia e não estar descansado para fazer o vestibular. O vestibular também tem a ver com a sorte de cair na prova as coisas que você estudou e exige calma para resolver as questões. 

Dificuldades como incentivo

Como estudou durante o final da educação básica em uma escola pública, Débora teve dificuldades até mesmo para acompanhar as disciplinas do cursinho. Nesses momentos, o apoio da família foi fundamental.

— Quando eu voltava chorando do cursinho, achando que eu não ia conseguir passar no vestibular porque o pessoal da minha sala era de escola particular e sabiam muito mais do que eu, minha mãe falava para eu me esforçar que eu ia conseguir e que a universidade pública é para todos.

Hoje, a jovem diz ter um misto de emoções ao lembrar de seus amigos de bairro que não puderam ter a mesma trajetória de estudos que a sua.

— Às vezes, essas pessoas desistem porque têm que trabalhar e estudar ao mesmo tempo. E não tem como aguentar a pressão para estudar sete horas por dia e ainda trabalhar. O vestibular às vezes é injusto, porque não vai medir todo o esforço que essas pessoas fizeram para tentar entrar na universidade.

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