Analfabetismo cai, mas 11,4 milhões ainda não sabem ler e escrever no Brasil
Em 13 anos, taxa teve uma redução de 2,6 pontos percentuais, caindo de 9,6% para 7%, segundo o IBGE
Educação|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília
Em 13 anos, a taxa de analfabetismo caiu de 9,6% para 7% no Brasil, uma redução de 2,6 pontos percentuais, mostram dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta sexta-feira (17), que comparou as informações com o levantamento feito em 2010. Apesar da queda, 11,4 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais não sabem ler e escrever no país.
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A redução da taxa de analfabetismo está entre as metas do PNE (Plano Nacional de Educação), que tem por objetivo melhorar a educação do país por meio de estratégias e políticas educacionais. No último PNE, de 2014 a 2024, o objetivo era erradicar o analfabetismo até 2024, mas o índice de pessoas alfabetizadas no país ficou em 93% em 2022, segundo o IBGE.
Na série histórica, jovens de 15 a 19 anos atingiram a menor taxa de analfabetismo em 2022, com 1,5%, representando uma queda de 0,7 pontos percentuais em relação a 2010, quando o índice era de 2,2%.
Adultos com 65 anos ou mais continuam com a maior taxa de analfabetismo, apontou a pesquisa. Entretanto, o grupo teve a maior queda em pontos percentuais ao longo dos últimos três censos, passando de 38% em 2000, para 29,4% em 2010 e 20,3% em 2022.
“A elevada taxa de analfabetismo entre os mais velhos é um reflexo da dívida educacional brasileira, cuja tônica foi o atraso no investimento em educação, tanto para escolarização das crianças, quanto para a garantia de acesso a programas de alfabetização de jovens e adultos por uma parcela das pessoas que não foram alfabetizadas nas idades apropriadas”, diz o texto.
Região Nordeste supera a média nacional
Em relação ao Censo de 2010, o Nordeste continuou sendo a região com menor taxa de alfabetização, apesar do aumento de 4,9 pontos percentuais em 2022. Com um índice de analfabetismo de 14,2%, a região supera a média nacional, de 7%. As regiões Sul e Sudeste ocupam o ranking com maiores taxas de alfabetização, com 96,6% e 96,1%, respectivamente.
A pesquisa ainda apontou que pessoas com 65 anos ou mais no Nordeste tiveram uma taxa de analfabetismo 3,5 vezes maior do que no Sul: 39,4% contra 11,3%.
PNE
Nesta terça-feira (14), a Comissão de Educação e Cultura do Senado adiou a votação do projeto de lei que prorroga a vigência do Plano Nacional de Educação. A proposta inicial prevê mais quatro anos de vigência do atual plano, entretanto, senadores sugerem apenas um ano.
O Ministério da Educação recebeu o documento final da Conferencia Nacional de Educação no início de março. Entre as propostas, o projeto prevê a universalização da pré-escola a partir dos 4 anos, ampliação em três vezes das matrículas da educação profissionalizante no ensino médio, adoção dos padrões de qualidade para a educação a distância (EaD) no ensino superior e o investimento de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) em educação.