Apenas 6% dos refugiados cursam faculdade, indica relatório da ONU
Pesquisa divulgada durante evento na UFMG avalia o nível de acesso destes grupos à educação após a mudança de país
Educação|Gisele Ramos da Record TV Minas
Um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), divulgado nesta terça-feira (13), aponta que apenas 6% dos refugiados pelo mundo estão matriculados em instituições de ensino superior.
Dados do documento elaborado pelo Acnur (Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) foram apresentados durante evento na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
O programa "Todos incluídos: a campanha pela educação de refugiados" foi feito com base em informações coletadas em 40 países. O documento indica que a taxa de matrícula para o grupo no ensino fundamental é de 68%, enquanto no ensino médio fica em 37%.
Apesar do baixo número de refugiados matriculados nas faculdades, especialistas da ONU veem avanço, uma vez que há poucos anos a taxa era de apenas 1%. Para 2030, a meta é que 15% dessa população esteja inserida nas universidades.
Carolina Mulin, coordenadora do Acnur, avalia que o acesso à educação para refugiados, em um primeiro momento, facilita o acesso ao aprendizado da língua local e vai além disso. Segundo ela, a importância do acompanhamento educacional também passa pela "qualificação que vai ser importante para a sobrevivência material, para encontrar um trabalho e reconstruir um projeto de vida em um país novo".
De acordo com a UFMG, o Brasil abriga cerca de 1,5 milhão de migrantes e refugiados. Minas Gerais é o terceiro estado da região sudeste que mais fornece amparo a essa população .
A UFMG é a pioneira no acolhimento de refugiados e migrantes. Em 2004, lançou ações específicas para aprimorar o acesso à graduação. Atualmente, a universidade acolhe 250 estudantes refugiados e migrantes.