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Educação

Conheça os estudantes com autismo que levaram medalha de ouro na Olimpíada de Matemática 

Mariana Warmling, Tiago Yukio Palomino e Nykolas Nascimento Jesus falaram com o R7 sobre a experiência na competição 

Educação|Mariana Pacheco*, do R7

Da esquerda para a direita, Tiago, Mariana e Nykolas
Da esquerda para a direita, Tiago, Mariana e Nykolas

Tiago Yukio Palomino, 18 anos, Mariana Warmling dos Santos e Nykolas Nascimento Jesus, ambos de 14 anos, foram os únicos alunos com autismo entre os 1.150 premiados com medalhas de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) deste ano.

"Fiquei maravilhada. Foi surreal. O tratamento e a preocupação que eles tiveram com os autistas foi maravilhoso", diz Olga Carine Warmling dos Santos, de 42 anos, mãe de Mariana, em entrevista ao R7.

A competição teve duas etapas: a primeira fase é composta de uma prova objetiva, aplicada pelas próprias escolas. Vão para a segunda fase cerca de 5% dos alunos com maior pontuação.

No dia 5 de junho, os três estudantes se reuniram em Florianópolis, Santa Catarina, para o evento que premiou os vencedores da 16ª e 17ª edições da Obmep. A competição reuniu 18.159.636 estudantes de 54.488 escolas.


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Desde pequena, Mariana, de 14 anos, era apaixonada por matemática e sempre gostou de brincadeiras que envolvessem a disciplina. "A minha facilidade me incentivou a continuar. É uma terapia para mim", conta ela.

Mariana e sua mãe foram ao evento da Obmep, que premiou 1.150 medalhistas de ouro no mês passado
Mariana e sua mãe foram ao evento da Obmep, que premiou 1.150 medalhistas de ouro no mês passado

A estudante decidiu participar da olimpíada por ser uma novidade e acabou vivendo "uma experiência inesquecível", em suas palavras. 


Mariana acredita que sua história possa ser uma inspiração, assim como é para seu irmão, Davi Warmling dos Santos, de 6 anos, que também é autista.

"Ele se espelha em mim. Mesmo sendo pequeno e com as dificuldades dele, ele vê que consegue assim como todo mundo. É isso que eu quero mostrar para o mundo, que todos conseguem, mesmo com suas dificuldades."

A Obmep, que conta com a participação de alunos do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, também premiou Tiago, de 18 anos, que desde os 3 anos teve facilidade com números e contas. 

"Notei que [a competição] contribuiu significativamente para a confiança e a autoestima dele", fala Paulo Palomino, sobre a participação do filho na olimpíada. "Fiquei imensamente emocionado."

O pai de Tiago percebeu as habilidades dele com matemática quando o menino era bem pequeno
O pai de Tiago percebeu as habilidades dele com matemática quando o menino era bem pequeno

O jovem conta que a olimpíada permitiu a ele se aprofundar na disciplina, além de conquistar a medalha. "Quando nos esforçamos e nos dedicamos, podemos conquistar qualquer coisa", diz Tiago.

Nykolas, de 14 anos, também tem autismo e ganhou a sua medalha de ouro. Assim como os outros alunos, ele tem facilidade em matemática desde criança, quando suas brincadeiras eram sempre relacionadas a letras e números.

Nykolas aproveitou não só a competição, mas também a viagem a Florianópolis, local onde ocorreu a premiação
Nykolas aproveitou não só a competição, mas também a viagem a Florianópolis, local onde ocorreu a premiação

O jovem também é fluente em língua inglesa, habilidade que desenvolveu assistindo a séries e filmes. "É muito empolgante. Serve de incentivo para as mães e outras crianças com autismo", reflete Ábda de Carvalho Nascimento, de 41 anos, mãe do medalhista. 

Os premiados na olimpíada ganharam, além da medalha, o direito de participar do PIC (Programa de Iniciação Científica Jr.), que tem o objetivo de despertar nos alunos o gosto pela matemática e pela ciência em geral.

A 18ª edição da Obmep está em andamento e a primeira fase foi realizada em 30 de maio.

*Sob supervisão de Vivian Masutti

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