'Ele puxou o tapete', diz Vélez sobre demissão do presidente do Inep
Em audiência na Câmara, Ministro falou que decisão assinada por Marcus Vinicius Rodrigues sobre adiar avaliação não foi debatida no do MEC
Educação|com R7
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, afirmou que as mudanças no aparelho administrativo do MEC têm sido pautadas por critérios administrativos. Em três semanas, 15 exonerações foram realizadas. Ele atribuiu a saída do presidente do Inep, Marcus Vinicius Rodrigues, a uma reação à decisão de alterar unilateralmente medidas na área de educação básica. "Ele puxou o tapete. Mudou um acordo e não me consultou. Ele se alicerçou em pareceres técnicos que não foram debatidos", disse.
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Vélez rebateu a afirmação de Rodrigues de que reuniões não eram realizadas. "Isso não é verdade. Reuniões estão sendo feitas para alinhavar as políticas." O ministro disse que as mudanças na equipe ocorrem para atender a exigências administrativas. "Mas as linhas mestras continuam. As Secretaria de Educação Básica, a Seres, já têm um enorme cabedal de trabalho", disse. "A máquina administrativa está funcionando".
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Questionado por deputados sobre a ligação com o escritor Olavo de Carvalho, ele afirmou: "Valorizo as ideias de formação humanística a partir da leitura de obras literárias. As análises políticas, as brigas são outros quinhentos, não tomo conhecimento disso. Só me interessa resgatar a tradição humanística que não é uma proposta nova."
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Audiência
O plenário da Câmara permaneceu lotado por estudantes e representantes de entidades por mais de 4 horas de audiência. O ministro sofreu duras críticas por parte de deputados, que chegaram a pedir sua demissão. "Só deixo o cargo se o presidente me demitir", disse Veléz.
As demissões no MEC, com exonerações de cargos de confiança, foram questionadas pelos parlamentares. “É inaceitável que país como o nosso, com problemas tão grandes na educação e com consenso de que educação é a solução para o país, o senhor tenha feito tantas demissões e exonerações em função de disputas [internas] de grupos políticos [no ministério]”, disse o líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).
Veléz afimou que está em curso uma Lava Jato da educação, sem, no entanto, mencionar nomes envolvidos.
Sobre a comissão que avaliará as questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o ministro disse "não se tratar de uma questão política ou perseguição", mas uma decisão "técnica".
De acordo com o ministro, as escolas cívico-militares devem ajudar a evitar problemas como o ocorrido na Escola Professor Raul Brasil, no município de Suzano (SP), quando dois ex-alunos entraram na escola e atiraram contra estudantes e professores. O atentado resultou em oito mortos mais os dois atiradores.