Enem: professores avaliam segunda prova como conteudista
Candidatos responderam, neste domingo (10), a 45 questões de matemática e 45 de ciências da natureza. Confira correção a partir das 18h30
Educação|Plínio Aguiar e Joyce Ribeiro, do R7
Professores ouvidos pela reportagem do R7 analisaram a segunda prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), ocorrida neste domingo (10), e apontaram que o exame manteve o padrão de edições anteriores. Dessa forma, os candidatos enfrentaram uma prova conteudista.
Candidatos responderam a 45 questões de matemática e 45 de ciências da natureza. A saída, sem o caderno de perguntas, está liberada a partir das 15h50 – os alunos podem levar o caderno somente 30 minutos antes do término oficial do exame, às 18h.
O Portal R7, em parceria com o QG do Enem, transmite a correção da prova a partir das 18h30. Os internautas podem enviar perguntas pelo Facebook do R7.
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Para o professor de química do QG do Enem Carlos André, a prova de química abordou diversas questões sobre o cotidiano. “Palha de aço para tirar cheiro de alho da mão, amido para retirar a concentração de sal no feijão. São questões do dia a dia e é justamente essa a abordagem do Enem”, avaliou.
André listou algumas das questões da prova de química: acidez, cálculos de PH em poupas de frutas, amido para salgar o feijão, utilização de café como adubo, entre outros. “É um pouco prematuro, mas a priori a prova foi conteudista”, disse. “Mas a prova aborda de 15 a 20 questões com essa pegada.” O nível de dificuldade da prova, segundo o professor, é de 7.
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Eduardo Alves, professor de biologia do QG do Enem, avaliou a prova como conteudista e “mais leve” se comparada com a edição de 2018. “O nível está um pouco mais tranquilo, está numa escala 7.”
Alves brincou que, ao longo do ano, ele apostou em uma questão na área de biologia. “A FioCruz está desenvolvendo, de maneira pioneira, uma vacina contra a esquistossomose, e eu disse que teria uma questão sobre isso”, contou. O professor estava certo – uma pergunta sobre a famosa barriga-d’água estava no caderno de questões.
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Sérgio Souza, professor de química do cursinho da Poli-USP, contabilizou 17 questões de química na prova – a conta aborda, também, perguntas interdisciplinares. Destas, quatro discutiram o assunto eletroquímica. “O aluno tinha que ter conhecimento a respeito do tema para conseguir responder qualquer uma”, avaliou.
Para a professora de biologia do Sistema de Ensino COC Brunna Coelho, a prova manteve o nível das últimas edições. “Foram duas questões mais complicadas. O restante foi tranquilo”, disse sobre as perguntas biológicas. Segundo a docente, o nível de dificuldade do exame é 7 em uma escala de 0 a 10. Os temas abordados na área de biologia foram, entre outros: imunologia, vacina, vírus, meio ambiente, citologia, relações ecológicas, genética e respiração celular.
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“As questões de química, por sua vez, eram bem conteudistas”, apontou o professor de química do Sistema de Ensino COC Luiz Edgar de Carvalho. O docente relembrou ao R7 temas que foram abordados no exame deste domingo: eletroquímica, termoquímica, estequiometria, reações orgânicas, entre outras.
As perguntas mais complicadas, segundo Carvalho, trataram sobre a análise de cadeia orgânica e de eletroquímica. “Se o aluno se preparou bem, consegue fazer”, diz. O professor acredita que o nível de dificuldade da prova é 6, também numa escala de 0 a 10.
O professor de Matemática Moisés Rodrigues da Silva do cursinho da Poli-USP afirmou que o exame não trouxe grandes novidades em relação a 2018. "A única coisa que eu senti falta foi de uma questão mais direta envolvendo uma função de 2º grau ou até uma equação de 2º grau. Nos anos anteriores, sempre tinha uma questãozinha sobre esse assunto”, disse.
Entre as novidades da prova, o docente destacou que, desta vez, foi solicitado ao aluno que calculasse explicitamente um determinado valor em notação científica, o que não ocorreu nas outras provas. A prova de matemática trouxe muitas questões com gráficos, tabelas, dois exercícios de probabilidade e dois exercícios de análise combinatória. "Havia duas questões de logaritmo bem contextualizadas: uma vinculada à escala Richter de terremotos e a outra vinculada ao cálculo de PH", lembrou Silva.
O diretor do Curso Anglo, Daniel Perry, também acredita que a prova foi semelhante a dos anos anteriores e classificou as questões como "abrangentes, técnicas, cobradas de forma contextualizada e bem equilibradas". A prova de matemática foi considerada por ele trabalhosa, apesar de apresentar textos mais curtos.
Perry afirmou que a prova de física exigia bastante leitura e tratou de eletricidade, ótica, mecânica, cinemática e energia. O diretor destacou que as questões de biologia estavam "mais técnicas, conteudistas e mais difíceis do que nos anos anteriores" e trataram principalmente de ecologia.
Para o diretor do Anglo, a prova de química estava "mais conceitual, fácil e mais rápida". Ele destacou a atomística, assunto que sempre foi pouco cobrado no exame e que apareceu na prova deste domingo.