Exatamente nesta data, 20 de agosto, em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio era criado, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, para avaliar o desempenho dos estudantes ao concluírem o ensino médio no Brasil.
A primeira aplicação da prova registrou 157.221 inscritos. Hoje. são mais de 3,9 milhões de estudantes em busca de uma oportunidade no ensino superior.
De lá para cá, a avaliação viveu seu auge em 2014, com 8.722.283 de inscrições confirmadas, e um período crítico em 2021, quando teve 3.444.171.
Em 2023, após um apelo do presidente Lula, o número de inscritos na prova cresceu 13% em relação a 2022 e chegou a 3,9 milhões. Em relação a 2021, o aumento foi de 14,2%.
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“Ter a esperança e o desejo de ingresso no ensino superior em alta, após quedas sucessivas, é sem dúvida uma inflexão positiva nos dados. No entanto, é público que as vagas de Prouni e de Fies, por exemplo, seguirão caindo neste ano de 2023 frente aos anos anteriores, já que não há previsão orçamentária para nada distinto disso, dado que o orçamento foi realizado e aprovado pelo governo anterior”, afirma Rodrigo Bouyer, avaliador do Inep, especialista em gestão do ensino superior e sócio-diretor da BrandÜ consultoria educacional.
Mudanças no Enem ao longo dos anos
Em 1999, uma grande mudança marcou a trajetória do Enem, quando o número de instituições que utilizaram as notas subiu de duas para 93 universidades. No ano seguinte, houve a implantação da política de acessibilidade.
As inscrições pela internet começaram a ser computadas em 2001, quando 1,6 milhão de pessoas se inscreveram. Em 2004, as notas do Enem começaram a ser utilizadas no Prouni (mesmo ano de implantação do programa).
Com a criação do Sisu em 2009, o Enem mudou de formato e passou a ter 180 questões objetivas, divididas em dois dias — de 1998 a 2008, o exame tinha 63 questões e uma redação, aplicadas em apenas um dia. A realização em dois domingos consecutivos ocorreu após uma consulta pública em 2017.
Exame reagiu em 2023
O número de inscritos isentos de pagamento da taxa do Enem neste ano subiu 27,3%. Do total de 3,9 milhões, 2.481.545 tiveram isenção de taxa aprovada, o que corresponde a 63% dos inscritos.
A região Nordeste concentrou 36,06% das inscrições, seguida da Sudeste 32,8%. As regiões Norte e Sul ficaram coladas, com 11,4% e 11,3%, e a Centro-Oeste, com 8,3%.
Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira ainda mostram que as mulheres são a maioria: foram 2,4 milhões em 2023, o que representa 61,3%
Vale lembrar que, se na primeira edição do exame apenas 9% dos estudantes eram de escolas públicas, neste ano, eles são mais de 63%.
“De maneira geral, aumentou o número de estudantes brasileiros interessados em ingressar no ensino superior. Mas, quando os grupos que não são do terceiro ano são os que mais crescem, isso sugere uma maior esperança da população em conquistar vagas em programas federais tais como o Sisu, o ProUni e o Fies", finaliza Bouyer.
VEJA MAIS: A 100 dias do Enem, especialistas fazem raio-x do que mais caiu em cada área da prova de 2009 a 2022
A um mês do Exame Nacional do Ensino Médio, que em 2023 ocorre nos dias 5 e 12 de novembro, o R7 pediu a professores do SAS Plataforma de Educação que selecionassem as matérias mais cobradas na prova, de todas as áreas do conhecimento. "A importância desse raio-X é otimizar o plano de estudos de cada estudante, evidenciando onde o aluno deve focar e seu tempo de dedicação ao longo do ano", afirma Idelfranio Moreira, gerente de ensino e inovações educacionais da plataforma. Confira a seguir os assuntos mais citados no Enem de 2009 a 2022: