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Educação

Entenda quais são os prós e os contras do Enem digital

Para professores, otimização do tempo favorece o estudante na hora da prova, mas familiaridade com tecnologia deve ser avaliada

Educação|Alex Gonçalves, do R7*

Exame Nacional será aplicado nos dias 13 e 20 de novembro em todo o país
Exame Nacional será aplicado nos dias 13 e 20 de novembro em todo o país

Falta pouco mais de um mês para a edição 2022 do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), marcado para ser realizado nos dias 13 e 20 de novembro. As provas podem ser feitas em duas modalidades: impressa ou digital. Saiba quais são os prós e os contras da versão no computador.

O modelo de prova digital deve ser escolhido pelos participantes que tenham mais familiaridade com o uso de tecnologia por meio dos computadores, avaliam professores. 

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Pedro Oscar Lorencini Junior, coordenador do Poliedro Curso de São Paulo, esclarece que ambos os formatos, na prática, não têm muita diferença: "A versão digital é a mesma da versão impressa, e os estudantes têm o mesmo tempo de prova".

Para o professor, no entanto, a maior vantagem está na agilidade. "Quando se escolhe a versão digital, não é preciso preencher as bolinhas do gabarito; basta clicar, e isso reduz a chance de errar na hora de passar a resposta para a folha oficial", diz.


Outro ponto favorável é a sinalização das questões deixadas em branco. "No sistema digital, ele indica o que não foi preenchido, e isso elimina o tempo de folhear páginas à procura da questão deixada para trás", comenta.

Ainda segundo Lorencini Junior, cabe ao aluno decidir qual modelo de prova se ajusta à sua rotina. "Por exemplo, o aluno que cursa o pré-vestibular ou o ensino médio, na modalidade presencial, muito provavelmente realiza as provas e os simulados impressos. Então a recomendação é que ele escolha essa modalidade para a realização do Enem. Já o estudante que faz aulas online possivelmente optará pela versão digital da prova", avalia.


Para o professor de filosofia Mário Marcondes, da Plataforma do Professor Ferretto, a versão digital é bem-vinda, mas, embora tenha o lado positivo, a mudança traz algumas incertezas. "Mesmo sendo algo criado para facilitar a vida do candidato, a versão digital do Enem tem seus prós e contras, o que pode fazer com que a versão impressa não deixe de existir totalmente”, avalia.

O Enem é aplicado em diversos pontos do país. Os candidatos realizam o teste tanto em escolas quanto em universidades públicas e particulares. Mas, segundo Marcondes, nem todos estão preparados para esse modelo de prova.


“Alguns locais não têm uma estrutura adequada para realizar a versão online, por não possuir equipamento suficiente, espaço adequado para dividir os candidatos entre um computador e outro, tomadas para manter os equipamentos ligados. Além de tudo isso, há o risco de imprevistos, como acabar a luz no local. Falhas como essa podem acontecer e forçariam o candidato a uma reaplicação, o que pode deixá-lo ainda mais ansioso com o exame.”

Outro ponto negativo avaliado por Marcondes é a dificuldade de acesso à tecnologia dos candidatos. Segundo a pesquisa TIC Educação, divulgada pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) em 2022, 84% dos alunos que moram em áreas urbanas não possuem dispositivo ou acesso à internet em seu domicílio. “O Brasil ainda é um país muito desigual, tanto para a educação como para o acesso à tecnologia, e oferecer a prova somente em modelo digital pode fazer com que um grande número de candidatos nem tente fazê-la, por não possuir a habilidade necessária com o uso da tecnologia”, finaliza o professor.

* Estagiário do R7, sob supervisão de Karla Dunder

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