Estudantes protagonizam ações de educação ambiental nas escolas
No Dia Mundial do Meio Ambiente, projetos ganham destaque por conscientização e prática sustentável
Educação|Alex Gonçalves, do R7*
Estudantes de diversas regiões do país protagonizam ações de educação ambiental nas escolas. As atividades visam conscientizar a comunidade escolar, como também os moradores da região, com as práticas sustentáveis em prol do meio ambiente.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado neste domingo (5), o R7 mostra algumas iniciativas desenvolvidas pelas instituições de ensino com os estudantes. Confira:
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Pisar na grama, brincar na terra, plantar mudas são formas de contato com o meio ambiente e ajudam no processo aprendizagem dos estudantes de um colégio particular, em São Paulo. Foi com este cenário que o coordenador Helder Ângelo, do fundamental 1 da Escola Vereda, teve a ideia de juntar os temas educação ambiental e cultura indígena. “Eu queria mostrar a importância que os indígenas têm por suas terras e de qual forma eles utilizam os recursos disponíveis pela natureza”, diz. “Assim os estudantes podem compreender os processos desde o plantio até a chegada do alimento no prato”, explica.
Segundo Ângelo, a partir da entrega de uma muda de hortaliças para os estudantes, eles precisam realizar diversas pesquisas sobre a estrutura daquela planta. “Com o auxílio da tecnologia os alunos realizam buscas na internet para obterem mais informações sobre a finalidade daquele vegetal. A partir disso vem o plantio e eles passam a entender sobre terras e raízes e formas de cultivo”, esclarece. É o que conta a aluna Beatriz Silva Costa, 9 anos, do 4.º ano do ensino fundamental que aprende com os vídeos que assiste de ciência. “Os vídeos mostram como a planta se desenvolve e como ela produz seu próprio alimento no meio da fotossíntese”.
No interior de SP, a aluna Maria Eduarda Sale de Souza, 12 anos, estuda na 8.ª série do ensino fundamental no Colégio Rio Branco, localizado em Cotia (SP). A jovem participa do Projeto Reaja (Reflexão, Equilíbrio e Ação Junto ao Ambiente), que promove atividades relacionadas a sustentabilidade. “Participar de tarefas com alunos mais novos, mostrando a importância do cuidado do meio ambiente para eles é maravilhoso”, relata.
Enquanto, por um lado, os estudantes envolvem toda a comunidade escolar, por meio das propostas, eles também levam os resultados do trabalho desenvolvido para a sociedade, é o que explica Maryana Eiras, coordenadora do projeto na unidade da Granja Vianna. “A escola tem um papel fundamental na formação destes jovens, independente da idade. São essenciais abordagens diferenciadas, mas que seja algo que promova a consciência do que é ideal para um pensamento mais sustentável, como a preservação dos recursos naturais e as formas de vivência para a redução dos impactos ambientais”, explica.
Decomposição orgânica
Os alunos Bento Ceruti Albrecht e Felipe de Andrade Mansu são do 4.º ano no Camino School e participam das atividades sobre a decomposição orgânica. Eles explicam que o processo consiste em entender para onde vai o lixo produzido. “Temos um lixômetro”, comenta Felipe.
A professora Luisa Mira explica que o projeto é uma expedição com os estudantes, que mostra sobre a circulação dos alimentos. “Eles estudam sobre a decomposição organiza. Nós também decidimos pesar todo o lixo de sobre de comida 'lixômetro' para termos uma alimentação mais consciente e menos sobras e realizamos todos os experimentos em nossa composteira”, esclarece a professora.
Preservação dos recursos hídricos
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), até 2025, 1,8 bilhão de pessoas estarão morando em países ou regiões em situação de escassez total de água e quase metade da população mundial estará vivendo em áreas de estresse hídrico. Foi pensando nesta 'problemática', que os estudantes do Colégio Universitário, de Londrina (PR), criaram o projeto Sustentabilidade: preservação dos recursos hídricos.
A iniciativa traz uma reflexão sobre como poderíamos poupar este recurso. Os jovens criaram intervenções simples nas mangueiras de vazão das caixas de descarga dos vasos sanitários, e fez o colégio economizar cerca de 3.800 litros de água/dia.
Já os estudantes dos anos finais do ensino fundamental desenvolveram bicos arejadores (dispensam menor volume de água) para as torneiras da escola. Com o auxílio da impressora 3D, o modelo criado proporcionou uma economia de 72% em relação ao uso de uma torneira sem o bico instalado.
Em Salvador (BA), no projeto Fábrica de Aprender do Colégio Cândido Portinari, os alunos foram desafiados a desenvolver uma mini horta com sistema de automatização para a irrigação, com controle e monitoramento por micro: bit, uma espécie de computador, cujo tamanho corresponde à metade de um cartão de crédito.
Após a realização do circuito elétrico no protótipo, os alunos monitoraram dados, como temperatura, luminosidade, umidade relativa do ar e do solo. Com as informações levantadas, o sistema libera a água conforme a necessidade. O experimento mostrou como o recurso hídrico pode ser melhor aproveitado e como as variações climáticas impactam na agricultura, especialmente diante de questões ambientais como o efeito estufa e do aquecimento global.
*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder