Estudo mostra aumento na busca por especialização na pandemia
Segundo levantamento realizado pelo Instituto Semesp, houve um recuo do número de estudantes na graduação
Educação|Do R7
Uma pesquisa produzida pelo Instituto Semesp sobre cursos de graduação e pós-graduação divulgada nesta sexta-feira (3), mostra os números do ensino superior e a evolução das matrículas de especialização lato sensu nos últimos anos no Brasil.
Segundo o levantamento, em 2021 o número de alunos em cursos de especialização ultrapassou 1,3 milhão, crescimento de 4,8%, enquanto o número de alunos na graduação recuou 5% no mesmo período. Entre os alunos do mestrado e doutorado, apesar de ter ocorrido uma redução de 1,7% entre os anos de 2019 e 2020, houve um crescimento considerável de 18,1% em 2021, chegando a 441 mil matrículas.
Leia também
Ainda há predominância de alunos da cor branca entre os que frequentam cursos de especialização de nível superior no Brasil, pretos e pardos representam apenas 38%. O estudo também mostra que os cursos na modalidade EAD (Educação a distância) aumentam 288%, o valor da mensalidade chega a ser quatro vezes menor do que no presencial. Por fim, com
especialização, a remuneração média aumenta 120,5%
De acordo com a pesquisa, apesar de uma queda sutil, ainda há predominância de alunos da cor branca entre os que frequentam cursos de especialização de nível superior no Brasil (716 mil alunos), o que representa mais de 60% do total. Em 2021, na graduação a participação de alunos de cor parda e preta é de 48,7%, enquanto na pós-graduação lato sensu a participação é de apenas 38%.
A pesquisa também indica que o número de cursos de especialização ativos no Brasil chegou a 173 mil em 2021, o que representa um aumento significativo de 136% em relação a 2019. A maioria dos cursos ativos é ofertado por instituições de ensino privadas (97%), 64% são presenciais e 86% são das áreas de “Educação”, “Ciências Sociais, Negócios e Direito” e “Saúde e Bem-estar Social”. Percentualmente, o maior aumento foi de cursos EAD, 288%. Na rede privada, a participação dos cursos de especialização na modalidade a distância cresceu de 22,5%, em 2019, para 37%, em 2021.
A pesquisa também mostra que o valor médio do curso completo de especialização chega a ser quatro vezes maior no presencial do que no EAD. Os cursos ofertados pelas instituições sem fins lucrativos geralmente são mais caros que aqueles das instituições com fins lucrativos. No presencial, as áreas de Educação e Negócios possuem um valor médio menor do que as demais áreas. Já no EAD, a área de Saúde e Bem-Estar foi a segunda com menor média.
Em 2021, mais de 1,07 milhão de alunos que frequentam um curso de especialização trabalham, o que representa 79,6% do total. Em 2020, devido à pandemia, esse número havia sofrido uma queda de 10,2%, chegando a 906 mil, o menor nível desde 2018. Além disso, 82,7% dos alunos de instituições privadas trabalham; enquanto nas públicas esse percentual é de 63,8%. Aproximadamente 10% dos alunos trabalham em mais de um emprego e 67,4% trabalham com carteira assinada.
Ainda de acordo com a pesquisa, a diferença da remuneração média dos alunos de cursos de especialização é 120,5% maior em relação aos alunos de graduação, porém em comparação com alunos de doutorado a diferença não é tão grande. Os alunos de doutorado recebem, em média, remuneração 35,1% superior aos estudantes dos cursos de especialização.
Mais da metade dos alunos dos cursos de especialização de nível superior é da região Sudeste (51%). Isso representa um total de 683 mil alunos. O crescimento de matrículas nessa região chegou a 170% de 2016 a 2021. No Brasil, entre os alunos que frequentam cursos de especialização de nível superior, a maioria (66,9%) pertence ao sexo feminino. Na graduação a participação é um pouco menor, 57,4% das matrículas em 2021 são de mulheres.
Em 2021, aproximadamente 57% dos alunos dos cursos de especialização de nível superior têm idade entre 25 a 39 anos. Entre os anos 2016 a 2021, é possível verificar um leve aumento na idade mediana dos matriculados, passando de 32 para 34 anos. A participação de alunos acima de 40 anos cresceu significativamente, de 25,5%, em 2016, para 30,7%, em 2021.
A pesquisa de Cursos de Graduação e Pós-graduação do Instituto Semesp foi elaborada com base nos dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Dados), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), referentes ao segundo trimestre dos anos 2016 a 2021, e também contou com dados de um levantamento realizado pelo Instituto em outubro de 2021. Também foram consideradas informações contidas no site do e-MEC do Ministério da Educação.