Fuvest: nova lista de livros obrigatórios terá só autoras pela primeira vez na história
Confira quais serão as obras exigidas pelo vestibular da Universidade de São Paulo entre 2026 e 2029
Educação|Do R7
Pela primeira vez na história da Fuvest, responsável pelo vestibular da USP (Universidade de São Paulo), haverá apenas obras de autoras na lista de leituras obrigatórias. Elas vão valer entre as edições de 2026 e 2028 do processo seletivo.
São escritoras nacionais e estrangeiras, que escrevem em português: Clarice Lispector, Conceição Evaristo, Djaimilia Pereira de Almeida, Julia Lopes de Almeida, Lygia Fagundes Telles, Narcisa Amália, Nísia Floresta, Paulina Chiziane, Rachel de Queiroz e Sophia de Mello Breyner Andresen.
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“Muitas delas foram alvo de décadas de invisibilidade pelo fato de serem mulheres”, afirma Maria Arminda do Nascimento Arruda, presidente do Conselho Curador da Fuvest e vice-reitora da USP.
Aluísio Cotrim Segurado, pró-reitor de graduação da USP e membro do Conselho da Fundação, acrescenta: “É uma mudança corajosa, necessária, mas que não se afasta da qualidade que a lista da Fuvest sempre teve”.
A partir de 2029, autores da literatura brasileira e de língua portuguesa voltam a aparecer na lista: Machado de Assis, Érico Veríssimo e Luís Bernardo Honwana foram os escolhidos.
Esse será um ano em que a lista conterá quatro obras escritas por autoras e autores negros. Além disso, "Incidente em Antares", de Veríssimo, foi uma obra escolhida por se tratar de um representante da literatura fantástica, uma novidade no vestibular.
Segundo Gustavo Monaco, diretor-executivo da Fuvest, a escolha pelo predomínio de autoras mulheres na nova lista não nega a literatura feita por homens, que é e continuará a ser essencial.
“Trata-se, antes, de trazer a público e valorizar o que, muitas vezes, ainda não se conhece, e de destacar a importância das mulheres no cânone, em diferentes períodos históricos, nos mais variados gêneros literários, com perspectivas diversas. Esta é, assim, uma lista que posiciona a literatura como uma ferramenta de reflexão e transformação social.”
Veja as obras obrigatórias de 2026 a 2029
2026
Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida
Caminho de Pedras (1937) – Rachel de Queiroz
O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
As Meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
Balada de Amor ao Vento (1990) – Paulina Chiziane
Canção para Ninar Menino Grande (2018) – Conceição Evaristo
A Visão das Plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida
2027
Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida
Caminho de Pedras (1937) – Rachel de Queiroz
A paixão Segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
Balada de Amor ao Vento (1990) – Paulina Chiziane
Canção para Ninar Menino Grande (2018) – Conceição Evaristo
A visão das Plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida
2028
Conselhos à Minha Filha (1842) – Nísia Floresta
Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida
João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
A Paixão Segundo G.H. (1964) – Clarice Lispector
Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
Balada de Amor ao Vento (1990) – Paulina Chiziane
Canção para Ninar Menino Grande (2018) – Conceição Evaristo
A Visão das Plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida
2029
Conselhos à Minha Filha (1842) – Nísia Floresta
Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
Dom Casmurro (1899) – Machado de Assis
João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
Nós Matamos o Cão Tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
Incidente em Antares (1970) – Érico Veríssimo
Canção para Ninar Menino Grande (2018) – Conceição Evaristo
A Visão das Plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida
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