O Censo Escolar de 2022, divulgado nesta quarta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revela que mais de 1,7 milhão de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos não estavam frequentando a escola no ano analisado. Apesar de 98,3% das crianças de 6 a 14 anos estarem matriculadas e frequentando as aulas, ainda havia 431.594 crianças fora da escola. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, a taxa de frequência foi de 85,3%, deixando 1.271.678 jovens sem acesso ao ambiente escolar. Entre os anos 2000 e 2022, a pesquisa identificou um crescimento na frequência à escola ou creche da população de até 17 anos. As taxas mais expressivas foram registradas nas seguintes faixas etárias:Porém, nas outras faixas etárias, o avanço foi mais “modesto”, segundo o estudo:Ao contrário do que ocorreu nos grupos etários mais jovens, na faixa etária entre 18 e 24 anos, a taxa bruta de frequência escolar apresentou uma redução de 0,7 ponto percentual entre 2000 e 2010 e mais 2,9 pontos percentuais entre 2010 e 2022. Esse resultado se deve à diminuição da parcela de jovens dessa faixa etária frequentando o ensino médio ou níveis anteriores.A taxa de frequência escolar bruta mede a proporção da população de uma determinada faixa etária que frequenta qualquer nível de ensino, incluindo creches e ensino superior, independentemente do nível de educação cursado. Esse índice é calculado em relação à população total da faixa etária analisada.A pesquisa mostrou que a taxa de frequência escolar apresenta uma variação regional relevante. A região Norte registrou o menor percentual de pessoas que frequentavam a escola em todas as faixas etárias, exceto no grupo de 18 a 24 anos.O grupo de 0 a 3 anos apresenta as maiores diferenças quando a comparação é feita entre regiões. No Norte, 16,6% das crianças dessa faixa etária frequentavam a creche, enquanto no Sudeste o índice salta para 41,5%.Dados da mesma pesquisa mostram que, em 3.008 municípios brasileiros, mais da metade da população de 25 anos ou mais não tinha o ensino fundamental completo, ou qualquer instrução. A situação foi observada na maioria das cidades brasileiras. Por outro lado, em 75 municípios, mais de um quarto da população desta faixa etária tinha ensino superior completo.A pesquisa também mostrou que mulheres têm, em média, mais anos de estudo do que homens a partir dos 25 anos. A média nacional é de 9,6 anos de estudo nesta faixa etária, mas entre as mulheres o número sobe para 9,8 anos, enquanto entre os homens cai para 9,3 anos. A diferença é mais acentuada até os 49 anos e diminui nas faixas etárias mais velhas. “Combinando a desagregação por grupos de idade com a desagregação por sexo, nota-se que a diferença da média de anos de estudos em favor das mulheres é mais ampla entre a população de até 49 anos, declinando nas faixas etárias mais velhas”, diz o estudo.