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Educação

Pesquise como uma garota: estudantes vão representar o país em feira de ciências nos EUA

Meninas desenvolveram solução sustentável para o tratamento de água para o consumo de população ribeirinha

Educação|Karla Dunder, do R7

Estudantes desenvolveram filtro com sementes e vão representar o Brasil nos EUA
Estudantes desenvolveram filtro com sementes e vão representar o Brasil nos EUA

De um bate-papo entre três estudantes e uma professora nasceu um projeto científico: usar semente de moringa para filtrar água. A pesquisa levou o primeiro lugar na Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), organizada pela USP (Universidade de São Paulo) no início do ano, e agora as meninas do ensino médio da Bahia vão representar o Brasil em uma feira de ciências nos Estados Unidos.

Durante a conversa, uma das meninas contou que todos os fins de semana a família ia visitar parentes no interior para levar água mineral porque na cidade não há água potável, apenas água salobra que é retirada de poço. "Buscamos aproximar a pesquisa da realidade dos alunos e também estimular o sentimento de pertencimento, por essa razão, elas decidiram pesquisar a moringa, um planta típica da nossa região", explica Felina Bulhões, coorientadora do projeto.

Ana Luiza Oshiro, 16 anos, Maria Eduarda Brandão, 16 anos, e Sarah Fernandes de Oliveira, 17 anos, estavam no primeiro ano do ensino médio quando começaram a pesquisa com o objetivo de oferecer à população ribeirinha um meio de filtrar água. O ponto de partida foi a semente de moringa, que possui uma substância coagulante para a clarificação da água.

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O trio foi para o laboratório para realizar testes físico-químicos e microbiológicos com o intuito de avaliar e comprovar a eliminação de impurezas e bactérias na água. "Foram muitas tentativas; elas perceberam, por exemplo, que pulverizar as sementes não resolveria o problema, até chegarem ao formato de pastilhas filtrantes com a semente da moringa usando uma pequena parcela de carvão ativado."


As estudantes do Sesi da Bahia apresentaram a primeira etapa do projeto na Febrace em 2021, durante a pandemia. "Uma parte da pesquisa foi realizada a distância, mas mesmo assim elas ganharam uma bolsa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) de incentivo à iniciação científica júnior", diz Felina. A partir desse momento, a pesquisa ganhou força. 

As análises foram feitas com a água do Rio Grande, que abastece comunidades ribeirinhas na região, nos laboratórios cedidos pela Ufob (Universidade Federal do Oeste da Bahia).


Neste ano, as meninas cientistas conquistaram o 1º lugar na premiação da 20ª edição da Febrace e uma vaga para participar da Isef (International Science Engineering Fair — Regeneron Isef), considerada a maior feira de ciências e engenharia do mundo, que acontece entre 7 e 13 de maio, em Atlanta (EUA).

Além de ser representante do Brasil na Isef, o projeto conquistou outros prêmios na amostra: 1º lugar em Ciências Biológicas, Prêmio Destaque Unidades da Federação e Prêmio SBBq (Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular).

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