Enem 2021

Educação Presidente do Inep garante Enem mesmo após demissão em massa

Presidente do Inep garante Enem mesmo após demissão em massa

Danilo Dupas dá explicações na Comissão de Educação da Câmara sobre a saída de funcionários do órgão antes dos exames

  • Educação | Karla Dunder, do R7

Presidente do Inep Danilo Dupas na Câmara

Presidente do Inep Danilo Dupas na Câmara

Reprodução

O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Danilo Dupas, participou nesta quarta-feira (10) de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados após debandada de funcionários da autarquia a duas semanas da realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) — as provas estão marcadas para os dias 21 e 28 deste mês.

Dupas afirmou que todos os exames, Enem e Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), estão garantidos. Disse também que o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) já começou a ser aplicado e que a avaliação continua até o dia 10 de dezembro. O presidente do Inep tranquilizou os estudantes afirmando que as provas já estão prontas e só precisam ser entregues. "Enem e Enade serão realizados normalmente nas próximas semanas", declarou.

As provas estão armazenadas com segurança, segundo o presidente do Inep. Ele reforçou que os exames serão realizados porque o Inep tem "expertise" em aplicar avaliações. Dupas destacou que o Instituto aplica o Enem há mais de 20 anos e que as demissões não impactarão a realização da prova.

"Todos os funcionários se desligaram do cargo, mas não do Inep e até sair a demissão deverão continuar a trabalhar para que os exames sejam realizados", afirmou. "Todos os exames estão garantidos neste ano de 2021."

Os servidores que pediram demissão, mas continuam ocupando seus cargos até que a exoneração seja publicada no Diário Oficial da União e a decisão fica a critério da direção do Inep. Todos esses demissionários são funcionários públicos concursados e continuarão trabalhando no Inep, mas não vão exercer as as funções a que tinham sido designados.

Dupas informou que terá um reunião às 17h com a Assinep (Associação dos Funcionários do Inep) para discutir as demissões e as questões de assédio moral. "Não compactuamos e repudiamos qualquer ato que se enquadre como assédio moral, estamos abrindo o diálogo com a associação a respeito disso." No entanto, não esclareceu quais foram as denúncias.

Os deputados criticaram duramente a atuação de Dupas à frente do Inep, principalmente a insegurança gerada pela da pela crise interna e as demissões, que podem impactar a realização do Enem. 

A crise no Inep

O Inep é uma autarquia ligada ao MEC (Ministério da Educação) e é responsável pela realização des exames como Enem, também é responsável pela produção de estatísticas e indicadores, e pela gestão do conhecimento e estudos educacionais. Os dados gerados pelo Inep servem de base, por exemplo, para o cálculo do Fundeb, a principal fonte de recursos para a educação no país.

No fim da semana passada, dois coordenadores do instituto, responsáveis por áreas importantes para a realização do Enem, pediram demissão. Na segunda-feira (8), houve demissão em massa, pelo menos 33 servidores deixaram seus cargos. 

Estes servidores enviaram uma carta de demissão em que se justificam dizendo que as decisões sobre o Enem não seguem critérios técnicos. No texto, eles destacam que "não se trata de uma posição ideológica ou de cunho sindical" e alegam "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep".

A Assinep (Associação de Funcionários do Inep) promoveu na quinta-feira (4) uma manifestação contra a gestão de Dupas alegando que ele é responsável pelo desmonte do Inep além de promover assédio moral.

Pelas redes sociais, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o cronograma do Enem está mantido.

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