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Educação

Recuo das matrículas presenciais e força do ensino a distância marcam mapa do ensino superior

País segue com maioria do ensino médio na rede pública e maior parte do superior em instituições privadas de pequeno porte

Educação|Vivian Masutti, do R7

Mulheres são maioria nas novas matrículas no ensino superior
Mulheres são maioria nas novas matrículas no ensino superior

Houve mais uma vez crescimento da modalidade a distância e recuo das matrículas presenciais no país, segundo o Mapa do Ensino Superior no Brasil, publicação do Instituto Semesp que compila dados para entender o cenário do ensino superior no país.

A 13ª edição do estudo mostra o panorama da área em 2021, quando ainda eram sentidos os impactos do segundo ano da pandemia de Covid-19.

Depois de um 2020 crítico, com queda de 9,4% das matrículas, os cursos presenciais apresentaram novamente uma queda de 5,5% no ano retrasado.

Já o número de matrículas na modalidade EAD aumentou 19,7%.


Esse índice segue preocupando o setor, já que implica na queda do número de jovens entre 18 e 24 anos, mais afeitos aos cursos presenciais ou a uma nova modalidade híbrida, ingressando em faculdades, centros universitários e universidades.

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O afastamento dos jovens no período da pandemia, em 2020, 2021 e mesmo em 2022, por conta de questões financeiras e econômicas, além da saúde mental, foi um fator importante no cenário educacional. Muitas pessoas ficaram sem saber o que fazer e não conseguiram finalizar o ensino médio neste período”, afirma ao R7 Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp.

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“Apenas 23% dos brasileiros entre 24 e 35 anos têm curso superior, enquanto a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 47%”, completa.

A rede privada segue concentrando as matrículas do ensino superior, com 76,9% do número de estudantes.

Mulheres e negros

Segundo o estudo, as mulheres dominam as matrículas no ensino superior, ocupando 58,4% das vagas, e eram 5,24 milhões de alunas em 2021. 79,4% delas estão matriculadas em instituições privadas

A rede privada registrou um aumento de 10,5 pontos percentuais de alunos pretos de 2011 para 2021. Na rede pública, esse crescimento foi um pouco menor, 9,9 pontos percentuais, mesmo com os avanços proporcionados pela Lei de Cotas.

Na rede privada, os estudantes que se autodeclaram pretos representam 7,6%; na rede pública, esse percentual foi de 11,9%.

Diferenças por estados

No comparativo com 2020, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro juntos perderam 1 ponto percentual do total das matrículas do ensino superior do país em 2021, mas seguiram concentrando 41,8% dos estudantes.

Santa Catarina é o estado que possui o maior percentual de alunos em instituições de ensino superior privadas (84,2%), seguido por São Paulo (83,7%) e Rondônia (83,6%).

Apesar de deter a maioria dos calouros, as redes privada e pública perderam 16,4% de ingressantes em cursos presenciais em 2021.

Evasão preocupa

Os números mostram que, na média, apenas 26,3% desses ingressantes concluíram

seus cursos, reforçando a importância da construção de políticas públicas eficientes para democratizar o acesso ao ensino superior e promover o desenvolvimento econômico e social do país.

Na contramão dos dados, no entanto, o número de bolsas concedidas pelo Fies e ProUni, dois dos principais programas governamentais de acesso para estudantes de baixa renda, vem caindo ano a ano.

EAD

De 2018 a 2023, o número de polos EAD saltou 202% (223% na rede privada e 70% na pública), passando de 15,4 mil polos para 46,6 mil.

Apenas no último ano, o crescimento chegou a 46,6%: 48,3% na privada e 29,4% na pública.

Ensino médio

O número de matrículas no ensino médio aumentou 1,2% de 2021 para 2022, com crescimento de 3,9% na rede privada e 0,9% na pública.

87,7% das matrículas estão na rede pública, ao contrário do ensino superior, que concentra as matrículas na rede privada.

Essa inversão só reforça a necessidade de políticas públicas que facilitem o acesso dos estudantes do ensino médio na educação superior por meio de bolsas ou financiamento.

Entre os anos 2021 e 2022, o número de concluintes no ensino médio caiu 6,1%: crescimento de 1,1% na rede privada e decréscimo de 7,3% na pública.

85,3% dos alunos concluíram em uma escola pública.

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