Secretário da Educação visitou escola na zona sul na volta às aulas
Rossieli Soares destacou a necessidade de retomada das atividades presenciais também pela questão da segurança alimentar
Educação|Isabelle Gandolphi, da Agência Record
O secretário estadual de educação Rossieli Soares acompanhou, na manhã desta segunda-feira (2), o retorno das aulas presenciais na Escola Estadual Dom Agnelo Cardeal Rossi, na Vila do Sol, zona sul da capital.
A unidade é uma das maiores do estado, atendendo alunos do 1° ao 5° ano. A escola atende crianças e famílias em situação de vulnerabilidade. Na entrada, há um painel que apresenta as atividades realizadas por turmas — algumas delas passam de 3 mil.
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Em São Paulo, são 3.5 milhões de alunos, 5.1 mil escolas, 230 mil servidores e 91 diretorias. O Governo acompanhou todos os estudantes, principalmente os com menos recursos, durante a pandemia e o ensino a distância, a fim de constatar o quanto foi aprendido por eles.
A Seduc (Secretaria Estadual de Educação), em parceria com o Instituto Ayrton Senna, realizou um estudo que apanhou dados emocionais antes da pandemia, e os números já eram preocupantes. Em breve, realizarao uma comparação entre os dois anos, com o diferencial da pandemia.
Rossieli reforçou a importância do retorno às aulas presenciais, não só pelo aprendizado dos alunos, mas também sobre o suporte oferecido a eles, como em relação à alimentação. Rossieli afirmou que muitos estudantes que não tinham o que comer em casa, buscavam as refeições da escola, principalmente na Cardeal Rossi.
As unidades retornarão com 100% da capacidade, mas mantendo o distanciamento de um metro entre os alunos. Para manter essa distância, caso seja necessário, as escolas continuarão com o ensino híbrido — dividirão as turmas em dois grupos e revesarão semanalmente entre presencial e online.
Durante o mês de agosto o retorno presencial será opcional às famílias. Porém, na segunda quinzena de setembro, a Seduc avaliará os dados da retomada e analisará a obrigatoriedade do retorno.
Rossieli afirmou que 68 municípios ainda estão com decretos que impedem o retorno presencial. O secretário fez um apelo aos prefeitos para que pensem nas suas crianças. Ele comparou a abertura das escolas com os bares, que a maioria já autorizou. Nas unidades de ensino é possível ter controle e tem condições de receber as crianças, segundo o secretário.
Essas cidades representam 91 mil estudantes da rede estadual, ou seja, 3% dos matriculados. São, no total, 194 cidades, que significa 4% da rede.
Rossieli afirmou também que a secretaria está encaminhando aos Conselhors Tutelares possíveis casos de abandono intelectual, para que o monitoramento seja realizado e seja possível identificais quais, de fato, deixaram de acompanhar as aulas onlines.
O secretário informou que, mesmo com o retorno total presencial, o Governo pretende e irá manter as aulas onlines para funcionarem como suporte aos alunos.
O Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP) teve início no dia 02 de abril de 2020 e em seu primeiro ano contou com mais de 3 milhões de acessos (3.092.395). São 8.057 aulas disponíveis no reportório, sendo 7.260 horas-aula.
No total, 72.211 professores já transmitiram suas aulas pelo CMSP (sendo maioria estaduais e apoio de municipais). Desses 46,5% já utilizaram a ferramente para transmitirem a própria aula e todos os outros já têm presencialmente ministrado as aulas (53,5%).
O governo também tem realizado investimentos para o retorno das aulas presenciais. Com o Conecta Educação, a secretaria aumentou a concectividade das escoloas O projeto pretende conectar as escolas com 100 MB de internet até julho de 2022 — a Cardeal Rossi já recebeu parte dos equipamentos durante julho e a instalação está sendo feita.
Novos equipamentos de wi-fi chegarão para todas as escolas estaduais. Esse foi um investimento de R$1,5 bilhões. Isso inclui os kits do CMSP, que conta com TV, microfone, câmera, além de notebooks, tablets, chips de internet e desktops.
Com o Conecta Educação, o Governo poderá realizar um cruzamento de dados por meio do aplicativo e realizar o monitoramento de quanto de internet está chegando nas escolas, quanto está sendo usado, quanto implicou na ampliação dos estudos, etc.
O Governo também trabalha com o projeto Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE-SP), que dá autonomia aos diretores realizarem compras e investimentos específicos de maneira rápida e adequada.
Mais de R$1,5 bilhões já foram enviados às escolas — reformas em banheiros e cozinhas, por exemplo, foram realizadas na Cardeal Rossi. Com o dinheiro, foi possível melhorar a assessibilidade dos alunos com algum tipo de deficiência. Além disso, mais de 150 milhões de kits de CMSP foram adquiridos pelo PDDE.