Integrante do Nerdologia, canal no YouTube considerado referência em ciência e cultura pop e que tem mais de 3 milhões de seguidores, o professor de história Filipe Figueiredo chega a se surpreender com a proximidade que seu público sente de seu trabalho. “Outro dia ouvi uma pessoa dizer que não lavou a louça, pois tem o hábito de fazer isso escutando o meu podcast e eu não havia postado aquele dia”, conta o edutuber, como são considerados os educadores multiplataforma. Ele se refere ao conteúdo que publica no Xadrez Verbal, endereço virtual criado em 2013 no qual aborda de futebol a questões de política internacional. Se lá o conteúdo é mais intimista, no Nerdologia, ele sabe exatamente qual é o tema vai parar na sala de aula. O canal teve, ao todo, 396 milhões de visualizações em sua história. E o vídeo mais visto, sobre buracos negros, foi visualizado 2 milhões de vezes. “Posso fazer um vídeo sobre guerreiros samurais e cavaleiros que vai bombar, mas o que vai ser usado pelo professor é aquele em que eu falo sobre tenentismo, por exemplo.”· Compartilhe esta notícia no Whatsapp · Compartilhe esta notícia no Telegram E explica que fazer um vídeo para o YouTube é muito diferente de gravar uma aula e que isso requer bastante prática. “O Messi não começou fazendo cinco gols por partida. O importante, no vídeo, é deixar o menor número de pontas soltas possível, pois elas podem criar haters. As pessoas sempre vão contestar por que você não desenvolveu um assunto ou falou mais sobre tal coisa”, fala Figueiredo. E completa: “E sempre citar créditos. Passamos por um período de descrédito da ciência e do conhecimento e isso é muito importante”. Formado pela Universidade de São Paulo (USP), ele conta que nem sempre seu trabalho é reconhecido por seus pares. “Ou a valorização é enorme, ou o recalque é muito grande, de gente que fala: ‘Ah, quando você vai para de fazer videozinho para o YouTube?’.” Sob comando de Átila Iamarino, biólogo que virou um sucesso durante a pandemia de covid-19, o Nerdologia é uma prova do alcance desses “videozinhos”. Os episódios apresentados por Figueiredo são minuciosamente pesquisados e produzidos e falam de descobertas científicas revolucionárias e trazem relatos históricos fascinantes. Um dos mais vistos é o sobre a peste negra, pandemia que teria matado 200 milhões de pessoas no século 14. O conteúdo foi assistido mais de 1,6 milhão de vezes.VEJA MAIS: A 100 dias do Enem, especialistas fazem raio-x do que mais caiu em cada área da prova de 2009 a 2022
