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UnB cassa diplomas e expulsa 15 alunos por fraude em cotas raciais

Universidade cassou diplomas de duas advogadas formadas e expulsou estudantes. USP expulsou aluno branco que se autodeclarou negro 

Educação|Emerson Ramos, da Record TV

UnB expulsou 15 alunos e cassou diplomas de duas advogadas formadas
UnB expulsou 15 alunos e cassou diplomas de duas advogadas formadas UnB expulsou 15 alunos e cassou diplomas de duas advogadas formadas

A Universidade de Brasília (UnB) cassou os diplomas de duas advogadas formadas na instituição e expulsou outros 15 alunos por suspeita de fraude em cotas raciais. Em São Paulo, pela primeira vez na historia da USP, um estudante foi expulso por ter se declarado negro, sendo branco.

As investigações na UnB começaram em 2017 e concluíram pela expulsão de 15 estudantes que declararam ser negros, mas não são. A universidade também cassou o diploma de duas investigadas que já se formaram em direito.

Os estudantes expulsos são:

4 do cursos de direito;

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4 de medicina;

3 de ciências sociais;

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1 de letras (francês);

1 de ciência da computação;

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1 de engenharia de software;

1 de medicina veterinária.

Os ex-alunos com diploma cassado cursaram direito. Eles também tiveram os créditos anulados.

A UnB foi a primeira universidade brasileira a implantar a reserva de vagas para pretos, pardos e indígenas, em 2003. Em 2012 foi aprovada a lei de cotas para o ensino público federal. Depois, universidades estaduais também aderiram à política.

Entre as principais universidades públicas brasileiras, a USP, a maior do país, foi a última a adotar o sistema de cotas. E não tinha ainda expulsado nenhum estudante por cometer fraude. O primeiro caso foi de um aluno do curso de relações exteriores.

O estudante Braz Cardoso Neto, de 20 anos, alegou ser pardo, neto de negros, e de baixa renda. Mas segundo a universidade, não comprovou as informações. A denúncia foi feita por um coletivo de estudantes negros da USP.

“Foi um grande avanço essa expulsão porque ela abre um precedente”, disse Flávio Campos, advogado e integrante da ONG Educafro. “Demonstra interesse da universidade em caminhar nesta política, mas é um primeiro passo porque são muitas denuncias.”

A Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) vem aumentando o rigor para contra fraudes. A análise de casos suspeitos por uma comissão de averiguação levou à expulsão de 57 alunos nos últimos dois anos.

“Temos um processo de verificação, primeiro documental, e, quando há dúvida, chamamos o aluno pra fazer uma entrevista presencial”, explica Juarez Xavier, presidente da Comissão Central de Averiguação das Autodeclarações da Unesp. “O que a comissão verifica: textura de cabelo, cor de pele e aspectos da fisionomia com todo cuidado porque a comissão é formada por especialistas.”

Na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), depois da expulsão de 24 alunos de medicina por fraude em 2016, todos os estudantes que ingressam pelo sistema de cotas passam por uma análise presencial antes de começar o curso.

O reitor da UFPel, Pedro Hallal, explica que a universidade “cortou o mal pela raiz”. “Se a pessoa tentar fraudar a política de cota ela nem entra na universidade”,diz Hallal. “Qualquer pessoa que tenta fraudar essa política de cotas está cometendo uma atitude absolutamente antiética isso é gravíssimo e numa instituição educativa como é a universidade, nós jamais podemos tolerar.”

O Jornal da Record tentou contato com o aluno da USP mas não obteve retorno.

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