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Eleições 2014

Debate da Record ao governo do DF é marcado por troca de acusações

Blocos propositivos ficaram restritos às perguntas dos jornalistas e de eleitores

Distrito Federal|Bruno Lima, do R7, em Brasília

O debate aconteceu no Museu da República, em Brasília
O debate aconteceu no Museu da República, em Brasília

Faltando uma semana para a votação que vai eleger o governador do Distrito Federal, o debate da Record entre os dois candidatos que irão disputar o segundo turno foi marcado por uma intensa troca de acusações. Rodrigo Rollemberg (PSB) e Jofran Frejat (PR) debateram neste domingo (19), no Museu Nacional da República, em Brasília.

No primeiro bloco do debate, os candidatos puderam fazer perguntas com temas livres aos seus adversários com direito à réplica e tréplica. A troca de acusações já começou neste ponto do debate com Jofran Frejat acusando Rollemberg de usar o seu cargo de parlamentar para beneficiar parentes. 

— Como deputado federal, você fez emendas parlamentares de quase R$ 3 milhões direcionadas ao Ministério da Cultura. Sua esposa, Márcia, liberou o dinheiro das suas emendas para a empresa de sua cunhada. Para a ONG de sua tia Julieta, para a associação dirigida pelo seu compadre Paulo Sérgio. Essa denúncia não é minha. Foi feita pelo Diretório-Geral dos estudantes da UnB. Está sob investigação do Ministério Público.

Rollemberg respondeu no mesmo tom, dizendo que Frejat seria marionete de José Roberto Arruda, candidato que desistiu após ser barrado na Lei da Ficha Limpa


— Jofran, sabe como você está sendo chamado nas ruas? De marionete do Arruda. É uma pena que você tenha enveredado por este caminho. Você sabe que essas informações são de um dossiê fajuto feito pelo ex-deputado Rogério Ulysses que foi expulso do PSB por corrupção, por envolvimento na Caixa de Pandora. Deputado este que estava com você esta semana.

Também no primeiro bloco, os dois postulantes responderam a perguntas feitas por jornalistas da TV Record Brasília e do R7. O segundo bloco teve temas sorteados e perguntas feitas por eleitores. No terceiro e último bloco, os candidatos tiveram dois minutos para fazerem considerações finais.


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Habitação


Rodrigo Rollemberg disse que, se eleito, iria aperfeiçoar o programa Morar Bem, e que aceleraria a liberação de escrituras em áreas ainda não regularizadas. Em resposta, Jofran Frejat criticou a atual política de habitação e prometeu retomar projetos de governos anteriores.

— O atual governo disse que ia distribuir 100 mil moradias e distribuiu só 10 mil. Ele frustrou os sonhos das pessoas. Os condomínios nós vamos regularizar de uma vez por todas.

Transporte

Um dos pontos altos do debate foi quando o Frejat prometeu a redução da tarifa de ônibus para R$ 1. De acordo com o ex-secretário de Saúde do DF, a proposta vai estimular o uso do transporte público e desafogar as vias da cidade. Rollemberg disse que sugestão é “demagógica e eleitoreira”, e afirmou que sua principal iniciativa na área será o bilhete único, utilizado em outras cidades do País.

— Eu sou a favor da tarifa zero. Sua proposta é demagógica e eleitoreira. A nossa proposta do bilhete único já foi testada no Rio, em SP e em outras cidades, essa sim vai melhorar a vida das pessoas.

Saúde

Em um momento mais tenso, Rollemberg disse que a gestão de Frejat na Saúde não foi boa e que as obras feitas na área são de responsabilidade da Secretaria de Obras.

— Quem faz obras é a Secretaria de Obras. A sua gestão não foi uma boa gestão. Muita gente morreu nos hospitais por falta de atendimento. Basta ver as manchetes dos jornais da época.

Frejat respondeu que enquanto estava à frente da Secretaria de Saúde foram construídos postos de saúde e hospitais para atenderem à população.

Entorno do DF

Os dois candidatos disseram estar preocupados com o entorno do DF e disseram que a região deve ser prioridade para o governo do DF.

Rollemberg lembrou que 15% dos trabalhadores do DF moram no Entorno e que são necessários mais recursos para a infraestrutura da região. Frejat atacou Rollemberg, afirmando que o candidato fez parte do governo atual que encerrou o convênio de Saúde com cidades de Goiás próximas ao DF.

Avaliação

Após o debate, os candidatos conversaram com os jornalistas. Rodrigo Rollemberg agradeceu a oportunidade e criticou os ataques feitos pelo adversário.

— Nós investimos muito na construção do programa de governo e lamento que o outro candidato tenha usado boatos, mentiras, o que nos obriga em alguns momentos a responder. Mas não vamos deixar de apresentar propostas estudadas, concretas, que podem ser realizadas para melhorar a qualidade de vida do DF.

Jofran Frejat também afirmou que esperava um debate com mais apresentação de proposta e ressaltou a importância do debate na última semana antes das eleições.

— Eu lamento muito que o debate tenha descambado para a agressão pessoal. Quando começa querer fazer comparações, como está aí a secretaria de cabos eleitorais, realmente se foge um pouco do aspecto importante que é dizer para a população o que vai fazer. Quando se tenta desconstruir, como a gente quando propôs a tarifa a R$ 1, como já existe em outros lugares do Brasil, a gente percebe que o candidato realmente está desesperado.

Pesquisas de intenção de votos

De acordo com a última pesquisa Ibope, divulgada há uma semana (13), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) continua na frente da corrida eleitoral para o Palácio do Buriti com 60% dos votos válidos do segundo turno, contra 40% de seu concorrente, Jofran Frejat (PR).

Se considerados os nulos e brancos (que não são votos válidos), Rollemberg aparece com 52% e Frejat com 35%. Os votos brancos e nulos somam 8% do total, e os eleitores indecisos são 5%. Na última pesquisa Ibope, divulgada ainda do primeiro turno das eleições, Rollemberg tinha a preferência de 36% do eleitorado do DF. Frejat, por sua vez, tinha 25% das intenções de voto. Brancos e nulos somavam 7%.

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