Eduardo Campos promete retomar reforma agrária e demarcação de terras indígenas
Candidato critica falta de diálogo e responsabiliza governo pelo conflito de terras
Eleições 2014|Carolina Martins, do R7, em Brasília

O candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, criticou nesta quarta-feira (6) a falta de diálogo do atual governo com os povos indígenas e com a população que vive em assentamentos rurais no País. Ao lado da candidata a vice-presidência Marina Silva, Campos prometeu, se eleito, retomar estudos para demarcação de terra indígena, de unidades de conservação e de reforma agrária.
As declarações foram feitas após a sabatina realizada pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária), em Brasília, em que o ex-governador de Pernambuco criticou o uso político do Ministério da Agricultura.
Durante coletiva de imprensa, Campos acusou o governo de ser o responsável pelos conflitos de terra entre índios e agricultores familiares. Segundo o presidenciável, seu governo vai restabelecer o diálogo para encontrar soluções justas para o problema.
— Do mesmo jeito que é necessário discutir com agricultura familiar e com a agricultura doméstica, temos que discutir com os quilombolas, com os que estão em assentamentos em condições sub-humanas. Temos uma pauta que está colocada diante de nós que é como continuar crescendo a economia e responder à causa da justiça social num País que tem um campo tão pobre como nós temos hoje.
Campos fez questão de destacar a presença de Marina Silva. A ex-senadora, que ficou conhecida no Congresso por seu posicionamento ambientalista e de enfrentamento à bancada ruralista, acompanhou Campos durante a sabatina.
De acordo com o presidenciável, isso demonstra a disposição que eles têm para encontrar uma solução consensual.
— A gente mostra com essa atitude [presença de Marina Silva] o tamanho da nossa disposição para um diálogo sereno e maduro.
Metas
O presidenciável lembrou que a Constituição Federal previu, em 1988, um prazo de cinco anos para concluir a demarcação de terras indígenas e lamentou que até hoje esse seja um problema social no Brasil.
Campos garantiu que, se ganhar as eleições, vai tentar esgotar o tema em seus quatro anos de mandato, mas evitou se comprometer com metas, alegando que as decisões dependem de estudos técnicos.
— Houve uma paralisação nas ações do campo brasileiro no que toca a questão da reforma agrária, das unidades de conservação e de terra indígena. É uma pauta que pode ser tratada e tem um tempo para terminar. Não tem como definir meta, porque definição de terra indígena passa por estudos antropológicos, não depende só do presidente da República.