Padilha nega ligação com laboratório de doleiro preso pela PF
Grampo sugere que ex-ministro da Saúde indicou funcionário pra a empresa de Alberto Youssef
Eleições 2014|Do R7
O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, negou nesta sexta-feira (25) que tenha indicado o ex-funcionário do Ministério da Saúde Marcus Cezar Moura para trabalhar no laboratório Labogen, de propriedade do doleiro Alberto Youssef, preso pela PF (Polícia Federal) na operação Lava-Jato.
Relatório da PF sugere que o ex-ministro da Saúde teria indicado o executivo para o laboratório controlado pelo doleiro. Em 2013, o Labogen tentava obter um contrato de R$ 31 milhões com o Ministério da Saúde.
Em um grampo da operação Lava-Jato feito sobre uma conversa entre o ex-vice-presidente da Câmara, o deputado André Vargas (PT-SP), e Youssef, o parlamentar diz ao doleiro que “foi o Padilha quem indicou” o nome de Marcus.
O postulante petista ao Palácio dos Bandeirantes chamou de mentiroso quem vincula seu nome ao laboratório do doleiro.
— Mente quem diz que indiquei Marcus Cezar Moura para qualquer cargo, mente quem diz que houve contrato do Ministério da Saúde com a Labogen, mente quem diz que há envolvimento meu com o doleiro citado.
Padilha prometeu ir à Justiça contra quem “usar seu nome em vão”, inclusive seu colega de partido André Vargas.
— Vou buscar esclarecimento de qualquer suposto envolvimento do meu nome a partir de mensagens de terceiros. Vou interpelar qualquer pessoa que tiver usado meu nome em vão, inclusive o senhor André Vargas. Não admito.
O ex-ministro acrescentou que irá "constituir advogado junto à PF para ter acesso a toda documentação sobre o caso”.
O pré-candidato do PT admitiu que foi procurado por Vargas, em visita à Câmara Federal para encaminhar um pedido de parceria com o Ministério da Saúde com o Labogen.
O petista disse que “é natural um ministro ser procurado por parlamentares para este tipo de encaminhamento”. Mas, frisou, a partir desse encontro pessoal, “qualquer pedido passa a circular pelos filtros normais do Ministério da Saúde, especialmente a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos”.
— Minha obrigação como ministro era receber projetos e encaminhar por meios regulares. Se alguém pensou que, fazendo lobby, poderia ultrapassar esses filtros, bateu em porta errada.
Segundo Padilha, os ataques têm viés eleitoreiro.
— Estão destilando raiva contra mim. Toda a vez que mostro um problema e aponto uma solução, como a questão da água, vêm para cima de mim destilando raiva.
Nesta sexta, a liderança do DEM na Câmara dos Deputados que apresentará na próxima semana quatro requerimentos para que Padilha e Marcus Cezar Ferreira de Moura prestem esclarecimentos em quatro comissões permanentes da Casa.
A oposição deve protocolar os convites nas Comissões de Fiscalização Financeira e Controle, Desenvolvimento Econômico, Seguridade Social e Família e Segurança Pública.