"Não sei fazer milagre", afirmou Rosa Weber sobre fake news
Presidente do Superior Tribunal Eleitoral diz que não houve falha no combate a disseminação de notícias falsas em massa pelas redes sociais
Eleições 2018|Karla Dunder, do R7
O Tribunal Superior Eleitoral, em coletiva para imprensa neste domingo (21), respondeu a perguntas de jornalistas sobre as notícias falsas e sua disseminação em massa pelas redes sociais.
As notícias falsas divulgadas pelos aplicativos de troca de mensagens e redes sociais estiveram no foco das perguntas.
Questionada sobre esse fenômeno e se houve falha do TSE no combate a disseminação de boatos, a ministra e presidente do Tribunal, Rosa Weber, declarou que não é possível "fazer milagre". A presidente afirmou que não houve falha alguma da Justiça eleitoral no que tange as chamadas fake news.
"Esse é um fenômeno mundial e merece reflexão sobre o tema. Gostaria de ter uma solução pronta e eficaz, mas não temos. Não é novidade a disseminação de fake news, sim a velocidade da circulação e difusão desses boatos".
Para a presidente do TSE, no embate eleitoral há excessos, que são apurados, no tempo devido. "O TSE através dos ministros auxiliares, tem dado resposta pronta e efetiva. Mas fake news visando minar a credibilidade do sistema eleitoral são intoleráveis. E é preciso dar uma resposta na área jurídica e administrativa. Mas se tiverem uma solução sobre esse tema, que nos apresentem. Nós não descobrimos um milagre".
Questionada sobre as denúncias envolvendo o envio de mensagens falsas em massa pelo aplicativo Whatsapp e um suspoto caixa 2 em uma das candidaturas, a ministra Rosa Weber reforçou que o Direito tem o seu tempo. "Nossa Constituição Federal assegura um processo legal. Daremos no momento oportuno a resposta adequada". Com relação a esse caso, o Ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou que corre em segredo de justiça. E destacou: "Celeridade com que temos trabalhado em todos os casos. Não há anonimato nas redes sociais. Chegamos no Japão e vamos chegar em qualquer lugar".
Com relação a denúncia do uso do número de celulares, sem autorização dos usuários, para a criação de grupos no Whatsapp, a presidente do TSE, informou que a regulação de circulação de informações é um processo delicado. "Além da realização de eleições cabe ao TSE a normativa também, que deve ser feita com contenção a partir dos termos da lei. Temos de garantir dois valores: a liberdade de manifestação e de informação do cidadão. Toda e qualquer regulação, que possa implicar em censura, não encontra respaldo. Daí a extrema delicadeza nesse processo".
Ela também reforçou que é necessário confiar e dar credibilidade às instituições e que o pleito eleitoral segue tranquilamente.
Inteligência
O Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, informou que não há registro de atuação de grupos estranheiros no envio das notícias falsas, como ocorreu em outros países. "Não se identificou uma ação estruturada de fora nas nossas eleições. A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) é capaz de levantar movimento anômalos e levar para a PF. Não há indício de interferência e que tenha impactado no pleito eleitoral".
Também informou que quando tiver todos os dados concretos das investigações e após as eleições voltará ao assunto.
Vídeo
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, afirmou que basta um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal. Sobre o assunto, a ministra Rosa Weber comentou: "Tive conhecimento deste vídeo e soube que já foi desautorizado pelo candidato. No Brasil, as instituições estão funcionando normalmente. Todos os juízes honram toga e não se deixam abalar por manifestações inadequadas".