OEA estará atenta à utilização da urna eletrônica nas eleições
Será a primeira vez que a entidade irá monitorar pleito com este sistema, mas a chefe da equipe, Laura Chinchilla, acredita que não haverá fraudes
Eleições 2018|Eugenio Goussinsky, do R7
A missão de observação eleitoral no Brasil, comandada pela OEA (Organização dos Estados Americanos), terá pela frente um dos pleitos mais polêmicos da história do País. E duas novidades para a entidade: será a primeira eleição que a OEA irá observar no Brasil e a primeira vez que irá monitorar uma votação com urna eletrônica.
Brasil recebe missão da OEA para acompanhar eleições
A chefe da missão, Laura Chinchilla, ex-presidente da Costa Rica (2010-2014), disse ao R7 que o sistema de urnas eletrônicas brasileiro é confiável. Mas, do ponto de vista técnico, a missão terá a incumbência de analisar a possibilidade de fraudes.
"Como uma missão de observação eleitoral, observamos, não especulamos. Trabalhamos com observações e evidências. Até agora, não vi nada que nos preocupa em relação à urna eletrônica, mas estaremos observando o processo de inseminação e lacração e sua operação no dia da eleição."
Segundo ela, os estudos a respeito do sistema já estão em andamento há algum tempo. Em agosto último Laura Chinchila e sua equipe se reuniram com autoridades brasileiras, inclusive do TSE, para conversar sobre os trabalhos a serem realizados. Desde então as análises dos processos se intensificaram.
"A Missão tem um especialista em tecnologia eleitoral que está observando profundamente o funcionamento da urna eletrônica para melhor compreender o seu funcionamento, bem como os protocolos e evidências que está submetido o sistema, para verificar a sua segurança."
A ex-presidente costarriquenha destacou, no entanto, que a tendência é de que não haja problemas que comprometam o pleito.
"Partimos de uma premissa que o Brasil já tem usado a urna eletrônica por muitos anos, são agora quase 20, e é um sistema com considerável confiança dos cidadãos e durante anos tem produzido resultados que não foram questionados . Neste momento não foi registrada nenhuma queixa que supõe alteração dos resultados eleitorais. Nós partimos dessa premissa, mas estaremos observando."
Chinchilla não vê motivo para qualquer candidatura questionar a legitimidade dos resultados.
"Entendemos que em uma democracia consolidada como a brasileira, que tem reivindicações legais, não há espaço para uma força política não aceitar os resultados. Os resultados oficiais devem ser aceitos por todos os competidores e todos os brasileiros."
Composta por 48 especialistas de 18 países, a missão irá acompanhar toda a votação, como faz desde 1962, em 28 dos 34 Estados-membros da OEA, para, segundo a entidade, detectar, estabelecer e compartilhar boas práticas e apontar possíveis melhorias a serem feitas.
Veja a galeria: Conheça 7 mitos sobre o uso da urna eletrônica nas eleições brasileiras