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Eleições 2022

Bolsonaro critica Lula e promete aumento real para o salário mínimo em sabatina da Record TV

Presidente alega que não reajustou valor acima da inflação devido à pandemia, mas diz que vai buscar solução com Congresso

Eleições 2022|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro em sabatina na Record TV
O presidente Jair Bolsonaro em sabatina na Record TV

Nesta segunda-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, participou de sabatina na Record TV.Ele criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela condução do processo e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário dele neste ano. Bolsonaro afirmou ainda que vai propor um reajuste acima da inflação para o salário mínimo em um eventual novo mandato dele à frente do Palácio do Planalto e que vai manter o Auxílio Brasil em R$ 600 no ano que vem.

No projeto da Lei Orçamentária (PLOA) de 2023 enviado ao Congresso Nacional, a projeção do mínimo estabelecida pelo governo federal é de R$ 1.302, valor que não representa um ganho real. No entanto, o presidente disse que pode trabalhar com o parlamento para aumentar o valor.

"Como o nosso governo não rouba, diferentemente do Lula, que roubou a nação em tudo quanto é lugar, sobra dinheiro para você, em concordância com projetos junto ao parlamento brasileiro, buscar dar um reajuste maior para o salário mínimo", afirmou Bolsonaro. De acordo com ele, o valor do salário mínimo não foi reajustado acima da inflação em 2020, 2021 e 2022 devido à pandemia da Covid-19.

"Nós gastamos R$ 700 bilhões em 2020 não só para combater o vírus, mas com recursos para estados e municípios e para o auxílio emergencial. Nós pagamos auxílio emergencial para 68 milhões de pessoas em 2020. Não tínhamos como ir além do reajuste equivalente ao da inflação", destacou.


Auxílio Brasil

O presidente garantiu que vai tornar o Auxílio Brasil de R$ 600 definitivo a partir do ano que vem, em caso de reeleição. O valor original do programa é de R$ 400, mas, desde agosto deste ano, as famílias beneficiárias passaram a receber um adicional de R$ 200 em virtude dos reajustes nos preços dos combustíveis.

A PLOA do ano que vem prevê o pagamento do benefício de R$ 400, mas Bolsonaro afirmou que o valor será ampliado. Segundo ele, isso será possível com a taxação de lucros e dividendos de pessoas que ganham acima de R$ 400 mil por mês.


"Já está acertado com o ministro [da Economia] Paulo Guedes. Temos de onde tirar esses R$ 600 de forma definitiva. Então, é palavra minha, é a palavra do Paulo Guedes, é do próprio Arthur Lira [presidente da Câmara], que bota em votação. Segundo o Paulo Guedes, em cima disso [taxação de lucros] dá até para dar uma mexida na tabela do imposto de renda. Mas estão garantidos os R$ 600."

Resultado das eleições

Durante a sabatina, Bolsonaro disse que só vai aceitar ser derrotado no pleito deste ano mediante "eleições limpas", mas não explicou como faria para diagnosticar se o processo eleitoral transcorrerá sem fraude. Ele também reclamou do TSE por não acolher sugestões de aperfeiçoamento do sistema eleitoral dadas pelas Forças Armadas.


"Com eleições limpas, sem problema nenhum. Assim como você não tem hoje em dia como comprovar um processo eleitoral, o outro lado não tem como comprovar que ele foi sério também. Eles convidaram as Forças Armadas, que apresentaram várias sugestões, mas foi uma briga para aceitar uma ou outra sugestão, uma má vontade enorme do TSE para com as Forças Armadas, para nós buscarmos uma maneira de diminuir a possibilidade de fraude", disse o presidente.

Bolsonaro ainda sugeriu que os ministros do TSE podem burlar o resultado do pleito para que ele perca. "Os mesmos juízes que tiraram o Lula da cadeia e o tornaram elegível são exatamente os que conduzem o processo eleitoral brasileiro e que tudo dificultam para que a Comissão de Transparência Eleitoral consiga participar para evitar a possibilidade de questionamento ao término das eleições."

Mais críticas ao TSE

Bolsonaro ainda criticou o TSE por impedi-lo de usar imagens das comemorações do Bicentenário da Independência, da ida dele a Londres para o funeral da rainha Elizabeth 2ª e do discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas em propagandas eleitorais. Além disso, ele disse estar insatisfeito por ter sido proibido de fazer lives no Palácio da Alvorada e do Planalto para promover sua campanha e a de aliados.

"Estou proibido de fazer live dentro da minha casa oficial, tenho que ir para a casa de alguém. É uma perseguição política. Não posso usar as imagens do 7 de Setembro no horário eleitoral gratuito. Por quê? Eu convoquei o pessoal para ir às ruas. Teve o evento cívico-militar e depois eu fui conversar com o povo, sem a faixa presidencial. O TSE fica o tempo todo aceitando qualquer ação para tentar atrapalhar a minha campanha", comentou.

Petrobras

Na sabatina, o presidente disse ter vontade de privatizar a Petrobras, mas reconheceu que enfrentaria dificuldades. De todo modo, Bolsonaro admitiu que o atual foco da empresa deve ser reverter dívidas deixadas por governos do PT, que, segundo ele, chegaram à casa dos R$ 900 bilhões.

"A Petrobras foi um local que o PT, o Lula e a Dilma usaram para botar apadrinhados e corruptos lá dentro. Essas pessoas afundaram a Petrobras. Quase quebraram uma estatal. E, quando você privatiza alguma coisa, a vantagem que você tem é que quem for te suceder não vai fazer o uso político daquela empresa. A vontade de privatizar existe da minha parte, mas nós sabemos da dificuldade. Mas a missão principal é sanear essa dívida, estamos fazendo muito bem", afirmou.

Bolsonaro foi o primeiro a participar das sabatinas que a Record TV realiza nesta semana com os candidatos à Presidência da República. Além dele, serão entrevistados Ciro Gomes (PDT), na terça (27), e Simone Tebet (MDB), na quarta (28). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi convidado, mas não quis comparecer.

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