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Bolsonaro diz que Moraes interfere, censura e luta contra sua reeleição

Presidente criticou, ainda, decisão de deixar celular com mesário antes de entrar na cabine de votação nas eleições deste ano

Eleições 2022|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, do TSE
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, do TSE O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, do TSE

O candidato do PL à reeleição ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, voltou a criticar, nesta sexta-feira (26), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, e também a operação da Polícia Federal que mira empresários suspeitos de defender um golpe de Estado em mensagens trocadas no WhatsApp. Bolsonaro afirmou que o magistrado censura e trabalha contra sua campanha eleitoral.

"Esse ministro escala seu delegado da Polícia Federal e determina que faça isso ou aquilo. Quando o delegado, por ordem dele, pede a busca e apreensão, ele [Moraes] fala que é a Polícia Federal. Não é a Polícia Federal e ponto final. É ele que quer fazer isso. É uma interferência buscando atingir seus objetivos que, no meu entender, é o poder", disse Bolsonaro.

As ações da Polícia Federal, na operação citada por Bolsonaro, foram realizadas nas primeiras horas da última terça-feira (23). Foram recolhidos celulares, computadores e outros equipamentos com arquivos digitais em endereços ligados aos suspeitos. A decisão foi tomada após a revelação da existência de um grupo de WhatsApp em que os executivos falavam sobre um golpe de Estado para o caso de Bolsonaro não ser reeleito.

As buscas feitas pela PF foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O inquérito está em sigilo, mas o R7 apurou que foram cumpridos mandados no Ceará, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e em São Paulo.

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Entre os empresários alvos da operação, está Luciano Hang, apoiador de Bolsonaro. "Luciano Hang tem uma mídia social bastante ativa e grande. Ele perdeu tudo de novo e é a segunda vez que perde. E outros empresários que, anonimamente, fazem campanha para mim e acabam [se] retraindo. A gente vai perdendo dessa maneira", relatou o presidente, em entrevista à rádio Jovem Pan.

O candidato à reeleição relembrou o projeto que trata do combate às notícias falsas, que foi rejeitado na Câmara dos Deputados, e atacou Moraes. "Essa censura tem sido feita por um ministro do TSE, o Alexandre de Moraes. O objetivo dele, no meu entender, é prejudicar a minha campanha. Ele é parcial nas suas decisões dentro no Tribunal Superior Eleitoral", afirmou Bolsonaro.

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A reportagem entrou em contato com o TSE e aguarda retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

Celular no dia da votação

O TSE decidiu na quinta-feira (25), por unanimidade, que o eleitor deve deixar o celular e outros aparelhos eletrônicos com o mesário antes de entrar na cabine de votação. Já havia uma resolução que vedava o uso de equipamentos na cabine, mas foi flexibilizada, permitindo que o eleitor entrasse com o aparelho telefônico, desde que desligado e mantido no bolso.

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Ainda durante a entrevista, Bolsonaro criticou a medida. "E até agora com a questão do celular. O que eu mais recebi, em 2018, eram pessoas que iam votar e apertar o 17 [na época o número de Bolsonaro nas urnas, então pelo PSL], mas dava errado, aparecia o 13 e o Haddad e encerrava a votação. Eles [TSE] querem evitar isso aí ou existe propositalmente para tentar mexer no número da votação no final?".

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A decisão do TSE ocorreu após uma consulta pública do partido União Brasil, que questionou a mudança promovida no ano passado em uma resolução do tribunal que, em seu parágrafo único, passou a prever que, "para que a eleitora ou o eleitor possa se dirigir à cabina de votação, os aparelhos (...) deverão ser desligados ou guardados, sem manuseio na cabine de votação".

O ministro Alexandre de Moraes ressaltou que a decisão de que o mesário fique com o celular do eleitor tem três objetivos: garantir o sigilo do voto, evitando que, por meio de coação, o eleitor seja obrigado a fazer vídeos para provar que votou em determinado candidato; evitar corrupção, com o eleitor provando em quem votou com o objetivo de obter vantagens ilícitas; e evitar fraudes.

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