Eleições 2022 Campanha alega que Bolsonaro teve 15 mil inserções a menos em MG

Campanha alega que Bolsonaro teve 15 mil inserções a menos em MG

'É um escândalo sem precedentes', argumentou o chefe de comunicação Fabio Wajngarten, após a análise das propagandas

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição

Edu Garcia/R7 - 23.10.2022

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou nesta quinta-feira (27) supostas irregularidades na veiculação de propaganda eleitoral em rádios localizadas em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. De acordo com a campanha, o PT, que tem como candidato o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve 15.101 inserções a mais que Bolsonaro. Segundo a equipe do PL, foram levantados dados das veiculações realizadas entre 7 e 14 de outubro.

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O chefe de comunicação da campanha, Fabio Wajngarten, usou as redes sociais para comentar o episódio. "Cada enxadada, uma minhoca! Bastou levantarmos os dados de Minas, e os resultados confirmam o tamanho do problema. Apenas entre os dias 7 a 14 de outubro, 90% das rádios exibiram 15.101 inserções a mais para o PT. É um escândalo sem precedentes", disse.

Segundo o relatório apresentado pelo PL, Bolsonaro teve 117 inserções a menos que o adversário em cinco rádios – quatro localizadas em Minas Gerais e uma em Pernambuco. São elas: Família AM, de São Sebastião do Paraíso, Manhumirim AM, de Manhumirim, Tropical FM, de Três Corações, e JM FM, de Uberaba, e Olinda FM, de Olinda.

"As auditorias de mídia contratadas pela campanha do presidente Bolsonaro são renomadas, certificadas e com alta tecnologia. O rigoroso controle dos anúncios é prática comum no mercado publicitário e estimulada por entidades nacionais e internacionais", afirmou Wajngarten em suas redes.

A maior diferença apontada pela campanha do presidente se dá nas rádios Manhumirim, Tropical e Olinda, onde Bolsonaro teria menos 25 inserções veiculadas do que Lula. As propagandas eleitorais, segundo a equipe, foram veiculadas entre os dias 8 e 12 de outubro.

Em outra planilha, a campanha argumenta que analisou 139.725 inserções de 601 emissoras. Os dados, segundo a campanha do presidente, mostram que o PT dominou a propaganda em 55% dos casos, e o PL, em 45%. De acordo com a equipe, a quantidade de emissoras com divulgação da campanha do petista soma 90,18% em relação à de Bolsonaro, enquanto que a quantidade de emissoras com entrega maior de inserções do presidente, 7,15% a mais.

Nesta semana, o PL apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dados sobre eventuais irregularidades nas inserções de propagandas eleitorais em rádios de todo o país. No entanto, o presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, rejeitou a ação, citou tentativa de tumultuar a eleição a quatro dias do segundo turno – marcado para domingo (30) – e remeteu o caso para ser avaliado dentro do inquérito das milícias digitais, no Supremo Tribunal Federal (STF).

O relatório da campanha de Bolsonaro apresenta ao menos três divergências, entre elas a base de dados, os números levantados e informações incompatíveis. Após ter o pedido negado, o candidato à reeleição criticou a decisão de Moraes e afirmou que vai recorrer.

"Certamente, ou com toda certeza, as inserções fizeram a diferença. Ou poderiam ter feito a diferença. Não existe outro fato que poderemos levar em tempo neste momento. O senhor presidente do TSE recebeu as provas em tempo hábil. Nos surpreende o senhor Alexandre de Moraes simplesmente inverter o processo", afirmou Bolsonaro.

"No que depender de mim, será contratada esta auditoria para uma terceira prova, se bem que nem precisava de outra prova. Sempre queremos e lutaremos por democracia, por respeito à Constituição e por respeito ao Estado democrático de Direito. As eleições estão aí, mas sabemos que um lado, que é o meu lado, foi muito prejudicado", completou.

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