Eleitora com deficiência denuncia falta de acessibilidade em local de votação, em São Paulo
Jéssica Nogueira, que é cadeirante, disse que solicitou uma seção acessível para ir às urnas, mas não teve o seu direito respeitado
Eleições 2022|Brenda Marques, do R7
A bióloga Jéssica Nogueira, de 31 anos, que é cadeirante, contou que foi colocada em uma seção sem acessibilidade para votar neste domingo (2). Ela vota na Escola Estadual Sérgio Estanislau Camargo, em Guaianazes, na zona leste de São Paulo.
Jéssica afirmou que solicitou um local acessível para que pudesse ir às urnas, mas não teve o seu pedido atendido, e outras pessoas com deficiência que votam na mesma escola passaram pelo mesmo transtorno.
"É assim que a pessoa com deficiência é tratada: com descaso. Mesmo fazendo a solicitação de sessão com acessibilidade, nós não somos atendidos, eu e várias pessoas com deficiência, idosos com mobilidade reduzida, fomos colocados em uma sessão que tem escada! Pessoas sem deficiência estavam votando em uma sessão sem escada", começou ela.
Em seguida, Jéssica ponderou que esse tipo de situação é consequência do capacitismo, nome dado ao preconceito e à discriminação contra pessoas com deficiência. "Qual a lógica disso? O capacitismo é encontrado até na hora de exercemos nosso direito de cidadã."
Por causa das escadas, a bióloga precisou ser levada no colo até a sala onde votou. E, para digitar o número de seus candidatos na urna, ficou sentada em uma das cadeiras de aluno. "Tive que sair da minha cadeira de rodas, ser levada nos braços e sentar em uma cadeira totalmente inadequada e desconfortável, era uma cadeira de escola. Votei mesmo assim, com pessoas totalmente despreparadas e em um local inacessível", completou.
A jovem terminou seu relato pedindo que as pessoas escolham candidatos que lutem pela inclusão. "Por isso vejam os candidatos que vocês irão votar, votem em pessoas que preze [sic] a inclusão social. Ao tse e os cartórios espero que fiquem mais atentos a isso", conclui.
O R7 entrou em contato com o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) e pediu explicações sobre o caso, mas ainda não obteve resposta.
Veja a publicação de Jéssica: