Gestores de fundos comprariam mais ações com reeleição, aponta pesquisa
É maior a tendência de risco em bolsa, juros e câmbio com a continuidade do governo, mostra estudo da Empiricus Research
Eleições 2022|Do R7

A pesquisa mensal “Perspectiva dos gestores” revela que 70% dos gestores de fundos multimercado comprariam mais ações na Bolsa brasileira caso o presidente Jair Bolsonaro fosse reeleito, ante um percentual de pouco mais de 20% em caso de vitória do ex-presidente Lula no segundo turno das eleições, neste domingo (30).
Realizado pela Empiricus Research com 45 gestores dos melhores fundos de investimento multimercado do país, que têm R$ 160 bilhões em ativos sob gestão nesses produtos, o estudo mostra uma movimentação maior na estratégia e na alocação das carteiras diante de uma reeleição.
“Parece existir um viés para uma maior exposição ao risco caso o atual presidente Bolsonaro permaneça no poder”, afirma Alexandre Costa, analista de investimentos da Empiricus.
“A diferença mais relevante está nas alocações de Bolsa e juros, considerando a comparação entre as respostas. O cenário para commodities e câmbio, entretanto, não parece mudar muito em qualquer um dos casos”, acrescenta Costa.
Taxa Selic
Na posição em juros, quase 50% vão comprá-los — uma estratégia que prevê a queda da taxa Selic em um cenário de vitória de Bolsonaro.
Com a eleição de Lula, entretanto, cerca de 30% indicaram uma posição neutra. Boa parte das respostas também indicou um viés vendido (tomado) em 25% dos casos, ou seja, que projeta aumento da taxa básica de juros.
No cenário de commodities, o resultado foi idêntico para ambos, em razão da influência do mercado global. E a postura neutra com relação às estratégias de alocação de ativos predominou nas respostas sobre Lula.
As equipes das 45 gestoras responderam à pesquisa da Empiricus Research por meio de um formulário eletrônico, validado com entrevistas individuais.