Governo do Chile rebate declarações de Bolsonaro e convoca embaixador
Durante debate de domigo, presidente brasileiro acusou o chefe do Executivo chileno de atuar em ataques no metrô do país
Eleições 2022|Renato Souza, do R7, em Brasília
A chanceler do Chile, Antonia Urrejola, rebateu nesta segunda-feira (29) as declarações do presidente Jair Bolsonaro que relacionaram o presidente do país, Gabriel Boric, a incêndios criminosos no metrô. Em pronunciamento, Antonia afirmou que as relações entre os dois países ficam prejudicadas.
Durante o debate na Band no último domingo (28), o presidente afirmou que o atual chefe do Executivo chileno atuou em ataques ao metrô de Santiago. "Lula apoiou o presidente do Chile também. O mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs lá no Chile. Para onde está indo o nosso Chile?", afirmou Bolsonaro.
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Antonia Urrejola afirmou que as acusações ocorrem em um contexto eleitoral. "Obviamente, são afirmações absolutamente falsas. Lamentamos quem em um contexto eleitoral se aproveita das relações bilaterais, se polarize as relações bilaterais por meio de informações e notícias falsas. As notícias falsas correm a democracia e neste caso, corroem as relações bilaterais", disse.
O governo do Chile convocou o embaixador do Brasil na capital do país para explicações e decidiu publicar uma nota de repúdio. "Nós fizemos uma citação ao embaixador do Brasil para alcançar bons resultados da parte do Secretário-Geral de política exterior e chegamos a uma nota de protesto", explicou a chanceler.
"O presidente Boric declarou publicamente as diferenças que o separam do presidente Bolsonaro, mas ao mesmo tempo destacou a importância de manter boas relações entre os estados do Brasil e do Chile. Além dessas infelizes declarações, o Governo do Chile expressa sua convicção de que nosso país e o Brasil têm não apenas uma história comum, mas também enormes desafios a enfrentar de forma colaborativa", destaca um trecho do texto publicado pelo Ministério das Relações Exteriores do Chile.