Lula exclui 'regulação da agroindústria' de plano de governo
Uma nova versão do documento foi enviada no sábado (20) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
Eleições 2022|Do R7, em Brasília, com informações da Agência Estado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no último sábado (20), uma nova versão de seu plano de governo com duas mudanças: uma é a retirada de menção à "regulação da agroindústria" e a outra é a inclusão de uma medida de combate à corrupção que ele implementou em seu primeiro governo, em 2003.
O documento "Diretrizes para o Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil" tem 121 tópicos distribuídos em 21 páginas. As mudanças retomam a primeira versão do texto, divulgada em junho.
Antes da modificação entregue no sábado, constava no plano que "é imprescindível agregar valor à produção agrícola, com regulação e a constituição de uma agroindústria de primeira linha, de alta competitividade mundial".
A nova versão afirma que "é imprescindível agregar valor à produção agrícola com a constituição de uma agroindústria de primeira linha, de alta competitividade mundial".
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A outra modificação foi feita na página 19 do documento. Ao afirmar que os governos petistas criaram uma "inédita política de Estado" de prevenção à corrupção, Lula citou um mecanismo desenvolvido no início de seu primeiro governo.
A primeira versão das diretrizes dizia: "Os nossos governos populares instituíram, de forma inédita no Brasil, uma política de Estado de prevenção e combate à corrupção e de promoção da transparência e da integridade pública. Criamos a Controladoria-Geral da União e fortalecemos a Polícia Federal, o Coaf, a Receita Federal e diversos órgãos e carreiras de auditoria e fiscalização".
O texto agora está escrito da seguinte maneira: "Os nossos governos populares instituíram, de forma inédita no Brasil, uma política de Estado de prevenção e combate à corrupção e de promoção da transparência e da integridade pública. Criamos a Controladoria-Geral da União, a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA) e fortalecemos a Polícia Federal, o Coaf, a Receita Federal e diversos órgãos e carreiras de auditoria e fiscalização".
A menção à ENCCLA constava na versão do documento divulgada antes do registro da candidatura e, agora, voltou ao texto. A estratégia nasceu no Ministério da Justiça para viabilizar o combate coordenado aos crimes de lavagem de dinheiro e de corrupção.
A estratégia ainda vigora e reúne periodicamente dezenas de órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nas três esferas (municipal, estadual e federal), além de Ministério Público e associações que atuam, direta ou indiretamente, na prevenção e combate a esses crimes.
A campanha de Lula informou que as mudanças são apenas revisões do texto e já estavam anunciadas, sem alterações de mérito.