Moro orienta Bolsonaro durante debate e diz que Lula mentiu sobre Petrobras
Ex-juiz foi o responsável por julgar crimes da Operação Lava Jato, considerada a maior investigação contra a corrupção do país
Eleições 2022|Do R7
O senador eleito e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (União Brasil) foi uma das figuras importantes para Jair Bolsonaro durante o debate da Band, na noite deste domingo (16). Moro ficou com a tarefa de auxiliar o presidente e candidato à reeleição nos intervalos e ficou ao lado do presidente durante entrevistas. O ex-ministro acompanhou todo o debate com o restante da comitiva de apoio a Bolsonaro, que contou ainda com os ministros das Comunicações, Fábio Faria, e da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Moro foi o juiz responsável por julgar em primeira instância os crimes da Operação Lava Jato, considerada a maior investigação contra a corrupção do país. Moro deixou o cargo de juiz para se tornar ministro da Justiça no governo de Bolsonaro. Os dois chegaram a romper relações em 2020, após Moro acusar o presidente de interferir na Polícia Federal. Na campanha deste ano, no entanto, Moro e Bolsonaro se reaproximaram.
Enquanto acompanhava o debate, Moro usou as redes sociais para criticar o candidato Luiz Inácio Lula da Silva. “Lula mente sobre a corrupção na Petrobras. Foi Lula quem nomeou os diretores corruptos Paulo Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró. Não foi o Conselho de Administração da Petrobras.” “Cara de pau. A corrupção do governo Lula é que quebrou as empresas e quase quebrou a Petrobras”, escreveu o senador eleito.
Moro falou com os jornalistas e garantiu que não pretende assumir cargos no governo, caso Bolsonaro vença o segundo turno das eleições, em 30 de outubro. “Meu plano é representar a população paranaense no Senado. Não tenho intenção de integrar o Poder Executivo, não fui convidado nem me convidei para isso”, afirmou.
Operação Lava Jato
Lula foi preso em abril de 2018, após condenação no âmbito da Operação Lava Jato, considerado culpado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o que o impediu de disputar a eleição daquele ano. Os processos, entretanto, foram anulados em 2021, depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) concluir que o julgamento foi feito fora da vara adequada e que o ex-juiz Sergio Moro, que julgou o ex-presidente em primeira instância, foi parcial.
Hoje candidato à Presidência, Lula cita o fim das condenações como prova da sua inocência e afirma que foi perseguido pela Lava Jato.
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Segundo turno
Essa é a primeira oportunidade de Bolsonaro e Lula debaterem suas propostas para o Brasil antes da votação do segundo turno das eleições, em 30 de outubro. Na ocasião, os eleitores também vão votar para prefeitos de ao menos oito cidades e governadores de diversos estados.
No primeiro turno, o petista ficou à frente da disputa e recebeu 57 milhões de votos (48,43%). O atual chefe do Executivo, por sua vez, conquistou 51 milhões de votos (43,2%).