'Não estamos indo para uma guerra, estamos indo para eleição', diz ministro da Justiça
Desde segunda-feira, 34 pessoas foram presas por crimes eleitorais e, nos últimos dois meses, R$ 3 milhões foram apreendidos
Eleições 2022|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou, em coletiva de imprensa realizada na manhã deste sábado (1º), que a pasta está atenta à possibilidade de violência, mas não há como prever um possível confronto no dia do primeiro turno das eleições, marcado para este domingo (2). Questionado sobre a proibição do porte de arma no dia da eleição, com exceção de integrantes de força de segurança em exercício, o ministro disse que a medida não muda a o esquema de segurança das eleições.
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“Na verdade, a proibição não muda nada. O planejamento está pronto muito antes dessa proibição. Isso não altera em absolutamente nada o nosso planejamento e a execução do nosso trabalho. Não há como fazer previsão de confronto. Não estamos indo para uma guerra, estamos indo para eleição”, declarou.
Na coletiva, Torres detalhou a operação do Ministério durante as eleições e ressaltou que as eleições serão seguras. “Teremos eleições seguras. Podem ir às ruas com tranquilidade votar. O planejamento está muito bem feito. Os estados vão atuar em coordenação com o Ministério da Justiça, com as forças de segurança federais. Está tudo pronto”, completou.
Crimes eleitorais
O ministro afirmou que, desde segunda-feira (26) até este sábado (1º), a pasta contabilizou 34 prisões relacionadas a crimes eleitorais. Segundo Torres, foram apreendidos pela Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal cerca de R$ 3 milhões desde o início da campanha eleitoral, em 15 de agosto.
“Vários locais do país que ocorreram essas apreensões. Os principais crimes nesse momento de eleição é o transporte irregular de eleitores, boca de urna e compra de votos. A polícia tem atuado e feito um trabalho de prevenção e repressão a esses crimes”, ressaltou.
Áreas de milícia
Sobre a estratégia do ministério para garantir a votação em locais controlados pela milícia e pelo tráfico de drogas, Torres afirmou que os estados enviaram um mapeamento com a programação de segurança dessas áreas.
"[Os estados] estão atentos a isso. O direito será garantido. Aqueles que precisaram de apoio já foram atendidos e serão atendidos no dia da eleição. O que nos cabe é centralizar os dados e prestar o apoio necessário em qualquer região do país", completou.
Efetivo
Segundo o ministro, cerca de 500 mil agentes de segurança pública, entre policiais civis, militares e federais, vão atuar neste domingo para garantir a segurança das eleições. Estarão de prontidão 70 mil viaturas, três aeronaves e nove embarcações.
Os agentes têm como atribuição agir em casos de irregularidades durante a eleição, como transporte ilegal de eleitores, propaganda irregular, boca de urna, compra de votos e atos de violência. Todo o trabalho dos agentes vai ser monitorado do Centro Integrado de Comando e Controle (CICCN), em Brasília, por representantes de todos os estados e do Distrito Federal.
Fazem parte da operação representantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), das polícias militares, Federal, Rodoviária Federal, dos corpos de bombeiros, do Ministério da Defesa, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e das secretarias de Segurança dos estados e do Distrito Federal.
Todas as ocorrências serão computadas e divulgadas pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública a partir das 9h deste domingo. Os dados serão atualizados a cada duas horas e podem ser acompanhados na página e nas redes sociais do órgão.
Dados de 2020
Na eleição de 2020, o ministério registrou 94,3 mil ocorrências no dia da votação, com a prisão de 2,7 mil pessoas e apreensão de 35 menores de idade. De acordo com o ministério as principais ocorrências foram relacionadas a material de campanha, apreensão de 398 veículos e 111 armas de fogo.