Advogado diz temer por vida de Assange em extradição para os EUA
Equador suspendeu asilo que tinha concedido ao ativista australiano em 2012, em Londres, e revogou a nacionalidade equatoriana garantida em 2017
Internacional|Da EFE
Carlos Póveda, advogado equatoriano de Julian Assange, disse nesta quinta-feira (11) que teme pela vida do ativista se ele for extraditado para os Estados Unidos, após a ordem de captura e extradição apresentada contra ele no Reino Unido e o cancelamento de sua condição de asilado.
Em declarações feitas nesta quinta-feira na Assembleia Nacional do Equador, durante uma sessão à qual o ministro de Relações Exteriores, José Valencia, compareceu para dar explicações sobre o caso Assange, Póveda afirmou que pediu a intervenção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) contra o Estado equatoriano.
"Estamos muito preocupados com as decisões do governo equatoriano", disse Póveda, que faz parte da equipe internacional de advogados, que é liderada pelo ex-juiz espanhol Baltasar Garzón.
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O Equador suspendeu nesta quinta-feira o asilo que tinha concedido ao ativista australiano em 2012 por violação do protocolo de convivência na embaixada e também revogou a nacionalidade equatoriana que Assange tinha desde dezembro de 2017.
"Nós já tínhamos advertido anteriormente, por isso apresentamos no sábado a ação de proteção de Julian Assange", afirmou o advogado, ao se referir a um processo contra o Equador que ele apresentou na CIDH para que esta impedisse qualquer decisão nesse sentido.
"Neste momento, a Comissão Interamericana está analisando a reabertura (do caso) diante de um evento consumado que é a saída de Assange da embaixada equatoriana em Londres", assinalou Póveda.
A equipe de defesa de Assange também tinha exigido no fim de semana passado que o Equador "confirmasse" ou "negasse" se estava "revisando o procedimento de asilo", mas não obteve resposta a seu requerimento.
"Até agora, ainda não foi entregue a resolução sobre o cancelamento do asilo e também não temos a resolução da revogação da nacionalidade equatoriana para Assange", explicou o advogado ao queixar-se que não obteve permissão para "fazer a devida defesa" do ativista.