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Aiatolá ‘some’ às vésperas da Assembleia da ONU e levanta dúvidas sobre poder no Irã

Falta de comunicação é vista como uma mudança relevante na estrutura de poder do regime, dizem diplomatas

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O aiatolá Ali Khamenei tem aparecido menos em público, levantando dúvidas sobre sua saúde e futura liderança no Irã.
  • As autoridades iranianas estão desconectadas de Khamenei e operando quase independentemente, especialmente em relação à política externa.
  • A guerra recente contra Israel e EUA expôs fragilidades e gerou críticas à liderança atual, abrindo espaço para debates sobre reformas.
  • O Conselho de Segurança da ONU reimpos a sanções econômicas ao Irã, complicando ainda mais a situação política e econômica do país.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Aos 86 anos, Khamenei ainda detém a palavra final em todas as questões do regime iraniano Reprodução/X

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, tem aparecido cada vez menos em público e reduziu drasticamente a comunicação com seu gabinete, aumentando as especulações sobre sua saúde e o futuro da República Islâmica. A ausência se torna ainda mais sensível às vésperas da Assembleia Geral da ONU, quando autoridades iranianas, ao contrário dos anos anteriores, não receberam as orientações habituais de Teerã. O evento será realizado entre os dias 22 e 24 de setembro.

De acordo com um diplomata ouvido pelo site IranWire, a maioria dos altos funcionários do regime está “completamente desconectada” de Khamenei e preocupada com seu bem-estar. Antes da guerra de 12 dias contra Israel e EUA em junho, o gabinete do líder mantinha contato frequente sobre decisões políticas e assuntos de rotina, mas desde então os contatos foram reduzidos ao mínimo.


O diplomata afirmou que “quase nenhuma orientação foi emitida por ele e o aparato diplomático está operando quase independentemente”. A falta de comunicação é vista como uma mudança relevante na estrutura de poder, já que Khamenei tradicionalmente exerce controle direto sobre as principais políticas externas do país.

Entre os poucos que ainda mantêm acesso ao líder estão Ali Larijani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, e Mohammad Mokhber, ex-primeiro vice-presidente. Os dois disputam espaço na corrida sucessória do regime.


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Larijani tem buscado diálogo com reformistas e comandantes militares para “preparar o país para o período de transição”. Já Mokhber, segundo o diplomata, concentra esforços em minar a influência do rival.

A sucessão, no entanto, não é o único desafio. A guerra contra Israel e Washington deixaram mais de mil mortos no Irã, incluindo comandantes militares de alta patente e cientistas nucleares. A fragilidade exposta gerou críticas à condução de Khamenei no conflito e abriu espaço para o debate sobre possíveis reformas.


Hassan Rouhani, ex-presidente e também apontado como potencial sucessor, classificou a ofensiva como um “chamado para corrigir nosso rumo e reconstruir as bases da governança”.

Analistas avaliam que Khamenei enfrenta um dilema entre manter a linha conservadora ou adotar reformas graduais que aliviem pressões internas e reabram portas diplomáticas.


Entre as mudanças em discussão estão a flexibilização do acesso à internet e a revisão de leis de moralidade que provocaram protestos em 2022 após a morte de Mahsa Amini. No plano externo, a recente adesão ao grupo BRICS é vista como tentativa de reduzir o isolamento e atrair investimentos.

Na última sexta-feira (19), o Conselho de Segurança da ONU aprovou a reimposição de sanções econômicas contra a República Islâmica do Irã, por supostos descumprimentos de acordos sobre o desenvolvimento de programas nuclares. A votação frustra a tentativa iraniana de evitar novos embargos , o que levou Teerã a fazer esforços diplomáticos até os últimos momentos antes da reunião do órgão.

Apesar das incertezas, o programa nuclear continua central na estratégia iraniana. Teerã afirma que mantém objetivos pacíficos e insiste que age dentro da legalidade internacional, mesmo após sofrer bombardeios. A experiência do fracasso do acordo de 2015, abandonado por Washington, segue como motivo de desconfiança.

Aos 86 anos, Khamenei ainda detém a palavra final em todas as questões do Estado, mas sua ausência prolongada e o silêncio do gabinete intensificam a disputa política e levantam dúvidas sobre a estabilidade do regime em um momento considerado crítico para o futuro do Irã.

Perguntas e Respostas

 

Qual é a situação atual do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã?

 

O aiatolá Ali Khamenei tem aparecido cada vez menos em público e reduzido a comunicação com seu gabinete, o que levanta especulações sobre sua saúde e o futuro da República Islâmica. Sua ausência é notável às vésperas da Assembleia Geral da ONU, onde autoridades iranianas não receberam as orientações habituais de Teerã.

 

Como a falta de comunicação de Khamenei afeta o regime iraniano?

 

De acordo com um diplomata, a maioria dos altos funcionários do regime está "completamente desconectada" de Khamenei e preocupada com seu bem-estar. A falta de orientações por parte dele é vista como uma mudança significativa na estrutura de poder, já que Khamenei tradicionalmente exerce controle direto sobre as principais políticas externas do país.

 

Quem ainda mantém acesso ao aiatolá Khamenei?

 

Entre os poucos que ainda têm acesso a Khamenei estão Ali Larijani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, e Mohammad Mokhber, ex-primeiro vice-presidente. Ambos estão em uma disputa pelo espaço na corrida sucessória do regime.

 

Quais são os desafios enfrentados pelo regime iraniano atualmente?

 

A guerra contra Israel e os EUA resultou em mais de mil mortos no Irã, incluindo comandantes militares e cientistas nucleares. Essa fragilidade expôs críticas à condução de Khamenei no conflito e abriu espaço para discussões sobre possíveis reformas. Hassan Rouhani, ex-presidente e potencial sucessor, sugeriu que a situação é um "chamado para corrigir nosso rumo e reconstruir as bases da governança".

 

Quais reformas estão sendo discutidas no Irã?

 

Analistas apontam que Khamenei enfrenta um dilema entre manter a linha conservadora ou adotar reformas graduais que aliviem pressões internas. Entre as mudanças em discussão estão a flexibilização do acesso à internet e a revisão de leis de moralidade que provocaram protestos em 2022. Além disso, a recente adesão ao grupo BRICS é vista como uma tentativa de reduzir o isolamento e atrair investimentos.

 

Qual é a posição do Conselho de Segurança da ONU em relação ao Irã?

 

Na última sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a reimposição de sanções econômicas contra o Irã por supostos descumprimentos de acordos sobre programas nucleares. Essa votação frustra a tentativa iraniana de evitar novos embargos, levando Teerã a realizar esforços diplomáticos até os últimos momentos antes da reunião do órgão.

 

Como o programa nuclear do Irã se encaixa na estratégia do país?

 

Apesar das incertezas, o programa nuclear continua sendo central na estratégia iraniana. Teerã afirma que mantém objetivos pacíficos e insiste que age dentro da legalidade internacional, mesmo após sofrer bombardeios. A experiência do fracasso do acordo de 2015, que foi abandonado por Washington, ainda gera desconfiança.

 

Qual é a situação política atual em relação a Khamenei e o futuro do Irã?

 

Aos 86 anos, Khamenei ainda detém a palavra final em todas as questões do Estado, mas sua ausência prolongada e o silêncio do gabinete intensificam a disputa política e levantam dúvidas sobre a estabilidade do regime em um momento crítico para o futuro do Irã.

 

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