A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) expulsou oito diplomatas da Rússia por supostamente serem espiões, confirmaram fontes aliadas à Agência EFE nesta quarta-feira (6). "Podemos confirmar que retiramos a credencial de oito membros da missão russa para a Otan que eram funcionários da inteligência russa não declarados", informaram as fontes. Segundo as mesmas fontes, a Otan também reduziu para dez a quantidade total de diplomatas que a Rússia pode credenciar na Aliança. "A política da Otan em relação à Rússia continua sendo consistente. Fortalecemos a nossa dissuasão e defesa em resposta às ações agressivas da Rússia, ao mesmo tempo que nos mantemos abertos a um diálogo significativo", sublinharam. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, reconheceu na terça-feira (5) que as relações da aliança transatlântica com a Rússia estão "no seu ponto mais baixo desde o fim da Guerra Fria", com o governo russo cada vez mais "agressivo" no exterior e mais "repressivo" internamente. "Penso que temos de compreender que a relação entre a família transatlântica e a Rússia está no seu ponto mais baixo desde o fim da Guerra Fria", disse em conferência na Universidade de Georgetown, em Washington. Stoltenberg citou a "anexação ilegal" da Crimeia pela Rússia, em 2014, e a sua "desestabilização contínua" no leste da Ucrânia como um ponto de virada. "A perspectiva é grave", advertiu Stoltenberg, que presidirá amanhã em Bruxelas uma reunião previamente agendada do Conselho do Atlântico Norte com os assessores de segurança nacional aliados. Em 2018, a Otan expulsou sete diplomatas russos em resposta ao envenenamento do ex-espião Sergey Skripal em Salisbury, no sul da Inglaterra.