Após declarar vitória sobre a Covid-19, Coreia do Norte identifica 'mal respiratório' e ordena isolamento

Capital do país, Pyongyang, ficará 5 dias praticamente fechada, e moradores serão submetidos a testes frequentes de temperatura

25/01/2023 - 06h39 (Atualizado em 15/02/2024 - 14h32)

A Coreia do Norte ordenou, nesta quarta-feira (25), um bloqueio de cinco dias em Pyongyang, capital do país, por "doenças respiratórias", informou a imprensa estatal. Trata-se do primeiro bloqueio na cidade desde que o governo declarou vitória sobre a Covid-19, em agosto passado.

Os moradores de Pyongyang receberam ordens de ficar em casa, desta quarta até domingo, e devem passar por várias verificações diárias de temperatura, informou o site de notícias NK News, com sede em Seul, capital da Coreia do Sul, ao citar um aviso do governo do norte.

O aviso não menciona a Covid-19, mas afirma que, entre os males que se espalham pela capital, está a gripe comum, segundo o relatório.

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A ordem do governo veio um dia depois que o NK News informou que os residentes da maior cidade norte-coreana pareciam estar estocando alimentos, em antecipação ao bloqueio.

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Não ficou claro se outras partes do país enfrentaram medidas semelhantes, e a imprensa estatal não divulgou tais ações.

A península coreana enfrenta atualmente uma onda de frio, com temperaturas de 22 ºC negativos em Pyongyang.

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A Coreia do Norte manteve um bloqueio rígido desde o início da pandemia, embora permita algum comércio com a China.

O país, sob o comando do ditador Kim Jong-un, reconheceu seu primeiro surto de Covid-19 em abril do ano passado, mas reivindicou a vitória sobre o coronavírus logo depois, chamando-o de "milagre".

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Mas especialistas e a ONS (Organização Mundial da Saúde) questionam as estatísticas da Coreia do Norte sobre a Covid-19.

O país tem um dos piores sistemas de saúde do mundo, com hospitais mal equipados, poucas unidades de terapia intensiva e falta de medicamentos para atuar contra o coronavírus.

A Coreia do Norte de Kim Jong-un voltou a figurar rotineiramente no noticiário internacional com o aumento dos testes militares do país, capitaneados pelas centenas de lançamentos de mísseis. Outros fatos, como o surto de Covid-19 e a aparição pública de Ju Ae, filha do ditador, também marcaram 2022. Confira os principais acontecimentos norte-coreanos neste ano

O primeiro semestre na Coreia do Norte foi marcado pela chegada da Covid-19 ao país. As autoridades locais registraram quase 5 milhões de infecções desde o fim de abril, com apenas 74 mortes de acordo com o balanço oficial, o que representa uma taxa de letalidade de 0,002%, segundo a KCNA

Acredita-se que o país, fechado ao restante do mundo, não estivesse preparado para um surto da doença. Ou seja, os norte-coreanos não possuíam vacinas nem testes suficientes para toda a população. A hipótese mais provável é que a Covid-19 tenha entrado na Coreia do Norte a partir do trânsito de importações da China e se espalhado pela nação após um desfile militar

No campo político-militar, Pyongyang intensificou os testes com mísseis no último trimestre do ano. A primeira grande movimentação, porém, aconteceu dentro do Parlamento da Coreia do Norte, que tornou o status nuclear do país "irreversível"

Coreia do Norte dispara dois mísseis balísticos de curto alcance

Chuva de mísseis

Em resposta às manobras aéreas conjuntas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, as mais importantes da história entre os dois países, a Coreia do Norte disparou em novembro um recorde de mísseis em direção ao mar do Japão, com um recorde de 23 lançamentos em 24 horas em 2 de novembro

Pessoas assistem a uma reportagem sobre um míssil disparado pela Coreia do Norte, em Seul

Dias depois, Jong-un, por meio da mídia estatal do país, se pronunciou dizendo que a Coreia do Norte se tornará a maior força nuclear da Terra. Para o ditador, os norte-coreanos têm a arma estratégica mais poderosa do mundo

Durante um dos lançamentos, Jong-un apareceu ao lado da filha, Ju Ae. Foi a primeira vez que a jovem foi vista em público ao lado do pai. As imagens da menina foram divulgadas pela própria mídia estatal norte-coreana

Há a expectativa de que a jovem suceda a Jong-un na liderança da Coreia do Norte, sendo a primeira mulher a ocupar esse cargo no país. Não há indícios de que o país reduza o número de testes em 2023, e deve aumentar a tensão militar presente na região

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