Ataque com gás sarin em Tóquio completa 30 anos; entenda como funciona o veneno
Ato terrorista foi orquestrado pela seita Aum, que prega o apocalipse e a violência
Internacional|Do R7
Em 20 de março de 1995, por volta das 8h em Tóquio, discípulos da seita Aum depositaram sacos de gás sarin em diversas linhas de metrô da capital japonesa. Os terroristas perfuraram os sacos com pontas de guarda-chuva e fugiram, deixando mais de 5.800 feridos e 13 mortos. Nesta quinta-feira (20), 30 anos após o ataque, parentes das vítimas e funcionários do metrô se reuniram para fazer um minuto de silêncio na estação de Kasumigaseki, um dos locais atingidos pelo ato terrorista.
Assim que o gás foi liberado, os passageiros tentaram sair das estações, com vômitos e dificuldades respiratórias, enquanto funcionários do serviço de emergência tentavam prestar atendimento no local.
O neurotóxico utilizado pelos terroristas, conhecido como ‘sarin’, é um produto químico altamente venenoso, que age interferindo dentro do sistema nervoso.
O produto químico atua bloqueando a enzima responsável por desativar a acetilcolina nas junções neuromusculares do corpo humano.
Como resultado, a acetilcolina continua estimulando repetidamente os receptores das células nervosas, levando ao seu acúmulo nos músculos. Esse efeito pode causar espasmos intensos, seguidos de paralisia e, eventualmente, morte.
Segundo o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, sarin foi desenvolvido em 1938 na Alemanha, inicialmente como um pesticida. O sarin pertence a uma família de produtos químicos chamados organofosforados.
Em sua forma líquida, o sarin é claro, incolor, inodoro e insípido. O produto químico pode evaporar em contato com o oxigênio, sendo “respirado” por pessoas que estiverem próximas.
Quem é a seita responsável pelo ataque?
O líder da seita Aum, o guru Shoko Asahara, foi executado em 2018, ao lado de 12 discípulos, pelo ataque utilizando sarin e por outros crimes violentos.
Asahara, cujo nome verdadeiro era Chizuo Matsumoto, pregava que o apocalipse estava próximo e que os assassinatos poderiam elevar as almas a um estado superior. A seita Aum foi em grande parte desarticulada, mas seu falecido líder ainda é venerado por quase 1.600 membros de grupos vinculados.
Especialistas alertam que estes grupos tentam recrutar jovens utilizando redes sociais e aplicativos de mensagens, onde também afirmam que as ações da Aum foram deturpadas.