Barco norte-coreano aceita pagar multa imposta pelo Canal do Panamá

Panamá, 29 nov (EFE).- Os responsáveis pela embarcação norte-coreana Chong Chon Gang pagarão a multa imposta pelo Canal do Panamá por transitarem com armas não declaradas pela via aquática, informou nesta sexta-feira uma fonte legal. O advogado panamenho dos norte-coreanos, Julio Berríos, disse à Agência Efe que as autoridades do país asiático aceitaram pagar a multa de US$ 670 mil imposta pela Autoridade do Canal do Panamá (ACP), que inicialmente era de US$ 1 milhão, e foi reduzida com a condição de que a tripulação aceitasse que cometeram um erro. Berríos informou que três dos cinco diplomatas norte-coreanos, que estiveram no Panamá desde a semana passada para tratar do caso do navio, partiram na quinta-feira rumo a Pyongyang em busca do dinheiro para efetuar o pagamento da multa. Outros dois ficaram nas instalações do Serviço Nacional Aeronaval (Senan), na província de Colón, onde estão retidos seus 35 tripulantes. O advogado explicou que para estes dois diplomatas foi solicitada uma prorrogação de 15 dias em seus vistos, tempo "em que esperam pagar a multa", afirmou. Acrescentou que o navio também terá que pagar os custos exigidos pelas autoridades de segurança panamenhas para a devolução de 250 mil sacos de açúcar que foram retidos junto com as armas. O navio ainda está retido em águas da antiga base aeronaval Sherman, na província de Colón, a cerca de 80 quilômetros da capital panamenha. A embarcação foi apreendida em julho por transportar uma carga de armas cubanas não declaradas. A Justiça do Panamá acusou os tripulantes do crime de atentado contra a segurança coletiva, o que pode render uma pena de até 12 anos de prisão. O arsenal cubano foi encontrado pelas autoridades panamenhas embaixo de 10 mil toneladas de açúcar distribuídas em mais de 200 mil sacos, que foram descarregados do navio e levados ao interior do Panamá em uma operação que se prolongou por um mês. As armas, que incluíam plataformas para o lançamento de mísseis, dois modernos aviões Mig-21 Bis, motores novos dessa aeronave e outros apetrechos, também foram desembarcadas e transferidas para hangares da antiga base aérea de Howard, hoje aeroporto Panamá-Pacífico, a cinco quilômetros da capital do país. O Panamá pediu ajuda à ONU e uma equipe de especialistas do Conselho de Segurança chegou ao país para inspecionar as armas em agosto. Segundo um relatório preliminar, o arsenal encontrado violava as resoluções que impedem Pyongyang de importar ou exportar armamento de qualquer tipo, informaram as Nações Unidas no dia 28 de agosto. EFE fa/rpr