Battisti: Bolsonaro chama ministros para discutir caso no Alvorada
Presidente convoca reunião de emergência com ministros da Justiça, das Relações Exteriores e com general da Segurança Institucional
Internacional|Christina Lemos e Cláudia Bengtson, da RecordTV, em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro convocou pela primeira vez uma reunião de emergência, neste domingo (12), no Palácio da Alvorada. Estão com o presidente nesta manhã os ministros da Justiça, Sérgio Moro, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, além do general Augusto Heleno, da Segurança Institucional.
A equipe pode receber um telefonema das autoridades italianas, que desejam agradecer o empenho do Brasil na prisão de Battisti e reiterar o pedido de cooperação para a imediata extradição, embora a questão dependa agora do governo de Evo Morales, da Bolívia.
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Bolsonaro usou as redes sociais para comemorar a prisão do italiano. Ele parabenizou os responsáveis e escreveu que "finalmente a justiça será feita ao assassino italiano e companheiro de ideais de um dos governos mais corruptos que já existiram no mundo (PT)."
O assessor especial da presidência da República para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, afirmou neste domingo (13) que o italiano Cesare Battisti, preso no sábado (12), em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, será trazido ao Brasil, de onde será levado possivelmente para a Itália, onde foi condenado por quatro homicídios na década de 1970.
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Por meio de suas redes sociais, o assessor afirmou que o italiano será levado a seu país de origem para cumprir pena perpétua, de acordo com a decisão da justiça italiana. Battisti estava foragido desde o dia 14 de dezembro do ano passado.
Em dezembro, o STF (Supremo Tribunal Federal) havia emitido uma ordem de prisão, mas o italiano não foi encontrado. A decisão cumpre um pedido do governo italiano de extradição de Battisti, onde foi condenado à prisão perpétua.
Segundo o jornal Corriere della Sera, Battisti caminhava quando acabou detido por uma equipe de investigadores italianos da Interpol. A notícia diz ainda que ele estava sozinho e não ofereceu resistência. O italiano vestia calça e blusa azul, e usava óculos escuros.
O caso
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Cesare Battisti, de 63 anos, foi condenado na Itália por homicídios e vivia em São Paulo. Ex-membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas, ele foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios na década de 1970, dos quais se declara inocente.
Ele passou 30 anos como fugitivo entre o México e a França e, em 2004, veio para o Brasil, onde permaneceu escondido durante três anos, até ser detido em 2007.
Em 2009, o STF autorizou a extradição em uma decisão não vinculativa que dava a palavra final ao então presidente Lula, que a rejeitou em 2010, no último dia do segundo mandato e o ato foi confirmado pelo STF.