Bebê imigrante nascido no mar tem futuro melhor na Europa, diz mãe
Internacional|Do R7
Por Sasa Kavic
RAGUSA, Itália (Reuters) - A mãe que deu à luz em um navio de guerra após a Marinha italiana resgatá-la de um barco de imigrantes disse à Reuters nesta segunda-feira que sua filha teria uma vida melhor na Europa, explicando por que se arriscou em uma viagem perigosa.
Francesca Marina, nomeada em homenagem a São Francisco e à Marinha italiana, pesou 3,37 quilos quando nasceu a bordo da embarcação naval Bettica no Mediterrâneo, há uma semana. Assim que chegou à costa, ela sofreu de convulsões e foi colocada sob cuidados intensivos.
Após uma semana, tanto Stephanie Samuel, a mãe nigeriana de 24 anos, e Francesca Marina haviam se recuperado. Médicos do hospital Siciliano disseram que elas provavelmente seriam transferidas a um centro de imigração para famílias com crianças pequenas em alguns dias.
A história do bebê imigrante que nasceu a bordo de um navio da Marinha chamou a atenção da mídia internacional em um dos finais de semana mais movimentados para travessias marítimas da Líbia para a Europa este ano, no qual cerca de 6.800 pessoas foram resgatadas e dezenas se afogaram.
"Eu não esperava ter o bebê, sabe, ela apenas, apenas apareceu", disse Stephanie. "Eu só queria sair da Líbia. A Itália é melhor que a Líbia e a Nigéria é a pior." Sobre sua filha, ela disse: "Deus decide, não eu... mas eu acredito que ela terá um futuro melhor na Europa."
Neste ano mais de 30 mil pessoas chegaram à Itália pelo mar vindas do norte da África, principalmente da Líbia. Mais de 170 mil vieram no ano passado. O ministro do Interior disse que 200 mil podem chegar à costa italiana em 2015.